Cardápio do boteko

terça-feira, 6 de abril de 2010

Cuidado: FHC está no DNA dos tucanos, revela Sérgio Guerra



A ciência é de fato surpreendente: jamais imaginei que a biologia pudesse estar tão vinculada à política! Mas nessa terça-feira, 6, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, fez uma revelação que matou a pau a charada que os próprios tucanos não queriam admitir. Em sua página no twitter, Guerra afirmou: “FHC está no nosso DNA. É o nosso presidente. Não tem PSDB sem FHC. O resto é intriga”.

Ao sair em defesa do ex-presidente, o tucano Sérgio Guerra confirmou o que todos já sabíamos: que o “gene” FHC está incrustado no DNA político do PSDB, determinando, dessa maneira, todas as características e ações do partido. Assim, se a genética estiver correta – e certamente está – todos os tucanos, de Serra a Alckmin, tendem a desenvolver em seus governos as mesmas políticas que foram desenvolvidas no governo de FHC.

E não adianta agora os tucanos negarem o óbvio: que não irão retomar a agenda desenvolvida no governo FHC caso sejam eleitos! O próprio presidente da legenda – e coordenador da campanha de Serra à Presidência da Repúlica – já admitiu: não existe PSDB sem FHC, porque o ex-presidente está no DNA do partido! Ou seja: quem vota em Serra, em Alckmin e cia está “comprando” na verdade o modelo de gestão e política implementado por FHC.

Para quem não se lembra, façamos um levantamento das principais características de comportamento que o “gene” FHC determina naqueles que o carregam em seu DNA:

1) Tendências à prática da privatização: o “gene” FHC, quando presente no DNA de um grupo, como acontece com os tucanos, provoca uma tendência ao Estado Mínimo. Os primeiros sintomas são medidas que o governo toma no sentido de reformar o Estado, na tentativa de enxugá-lo ao máximo. Em seguida, os sintomas vão se agravando e o governo que carrega esse “gene” acaba desenvolvendo ações de privatização, nas quais se vende o patrimônio público a empresas estrangeiras. O próprio Serra comandou algumas privatizações, como a da Vale, assim como Alckmin, que coordenou a privatização do Banespa, em 2001;

2) Tendências ao neoliberalismo: essa manifestação comportamental da presença do “gene” FHC no DNA do grupo é “casada” com as manifestações citadas anteriormente. Partidos que carregam em seu DNA esse “gene” FHC tendem a acreditar que o mercado é capaz de se auto-regular. Ou seja: à medida que o grupo ascende ao poder, ele tende a minar os investimentos feitos pelo Estado, enfraquecendo o seu papel e deixando tudo por conta dos mercados. A ciência econômica conseguiu verificar que essas tendências podem ter efeitos desastrosos, como aqueles verificados empiricamente em várias economias mundiais durante a crise financeira de 2008/2009;

3) Tendências a secundarizar políticas sociais: como o “gene” FHC acaba se preocupando em demasia com o equilíbrio fiscal do governo, o efeito colateral causado pelas manifestações anteriormente descritas diz respeito a uma secundarização das políticas sociais. A presença do “gene” FHC no DNA político de um partido – como no PSDB – cria uma confusão na cabeça do grupo, que confunde projeto social com política social. Neste sentido, o governo capitaneado por esse grupo tende a desenvolver projetos sociais, como aqueles praticados por ONGs, e que não constituem políticas sociais na prática, pois não têm a amplitude destas. Esse tipo de manifestação é também conhecida como “assistencialismo”;

4) Tendências a secundarizar políticas de educação: o “gene” FHC, quando presente no DNA de um grupo, leva esse mesmo grupo a deixar em segundo plano as políticas públicas de educação. Geralmente, a manifestação desse “gene” ocasiona tendências de desvalorização do magistério público (como tem sido verificado na gestão Serra em São Paulo), falta de investimentos em infra-estrutura das escolas e também políticas inadequadas para o aprendizado do aluno. Esse tipo de manifestação do “gene” FHC é terrível especialmente no longo prazo, quando seus efeitos tendem a ser mais sentidos;

5) Tendências a baixos níveis de diálogo internacional: tem-se verificado também que grupos políticos que carregam o “gene” FHC tendem a restringir o diálogo internacional com países como Estados Unidos e Europa. Neste aspecto, verifica-se que o governo que carrega esse “gene” não tende a ter abertura para buscar novos parceiros no cenário internacional, pois o “gene” citado cria uma relação de “dependência” do governo em relação aos parceiros tradicionais.

Essas são algumas características que a presença do “gene” FHC ocasiona em governos, partidos ou coligações que o detém. Existem outras cuja alta freqüência também pode se constatar em gestões tucanas, que carregam o referido “gene” FHC. Deve-se destacar que, por serem características presentes no DNA político, se algum tucano for eleito ele tenderá a desenvolver todos estes traços, expostos acima. A ciência ainda não conseguiu verificar experiências bem-sucedidas de alterações no DNA desses grupos, no sentido de neutralizar o “gene” FHC. Portanto, a única maneira de impedir essas manifestações é não dando poder aos grupos que carregam esse “gene”, ou seja, os demo-tucanos.

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