Mais importante que a confirmação, pela mais recente pesquisa CNI/Ibope, da liderança da candidata do PT, Dilma Rousseff, na disputa pela sucessão presidencial, com 40% das intenções de voto, é o cenário amplamente favorável para a candidatura petista que os cortes do levantamento nos revelam. Neste sentido, ao analisarmos as minúcias da pesquisa podemos visualizar um ambiente amplamente favorável a um processo de contínuo crescimento de Dilma, elevando, dessa forma, o favoritismo da ex-ministra nesta disputa eleitoral.
De uma maneira geral, podemos avaliar que, à medida que Dilma vai se tornando mais conhecida pelos eleitores e estes vão associando sua imagem ao presidente Lula, ampliam-se as intenções de voto na petista, especialmente nos segmentos de menor renda. Isso propicia o avanço da ex-ministra inclusive em regiões onde em levantamentos anteriores o seu principal adversário, o tucano José Serra, mantinha a liderança. Contudo, vamos nos atentar a três pontos fundamentais da pesquisa que nos permitem dizer com que, atualmente, Dilma é a favorita para a sucessão do presidente Lula:
01. Dilma tem o maior percentual de votos cristalizados: o primeiro aspecto que iremos analisar aqui se refere aos votos cristalizados de cada candidato, ou seja, o percentual de eleitores que já definiram o seu voto e afirmam que votarão com certeza neste ou naquele candidato. Neste quesito, Dilma leva a melhor por duas razões: o percentual de votos cristalizados da petista é superior ao dos outros dois principais postulantes do cargo (Serra e Marina); e a candidata do PT é a que tem, dentro de suas intenções de voto, o maior percentual consolidado, reduzindo, assim, a volatilidade de suas intenções de voto.
Vejamos: de acordo com o Ibope, 35% dos eleitores entrevistados afirmam que votarão com certeza em Dilma. Como a petista pontuou 40% neste levantamento, isto quer dizer que de todos aqueles que declararam voto na ex-ministra, 87,5% estão com seus votos já definidos em favor de Dilma. Dessa maneira, o percentual de votos “voláteis” seria de 12,5% do total declarado à petista. Enquanto isso, 29% dos eleitores entrevistados afirmaram votar com certeza em Serra, o que corresponde a 83% do universo de 35% dos eleitores que declararam voto no candidato tucano nesta pesquisa. Assim, do total pontuado pelo ex-governador de São Paulo nesta pesquisa, 17% seriam de votos “voláteis”.
Já no caso de Marina, 7% dos eleitores afirmaram que votarão com certeza nela, o que representa 78% do total de eleitores que declararam voto nela nesse levantamento. Se fizermos a análise sob o espectro dinâmico, perceberemos que Dilma foi a candidata que mais consolidou votos desde março, quando foi feito o último levantamento CNI/Ibope. Naquela ocasião, 29% dos eleitores afirmavam votar com certeza na petista, de forma que houve um ganho de 6 pontos percentuais até junho. No caso de Serra, em março ele aparecia com 27% dos votos cristalizados, de modo que ganhou apenas 2 pontos percentuais, ao passo que Marina não registrou oscilação, pois em março aparecia com os mesmos 7% de votos certos.
02. Dilma passa Serra no Sudeste: no corte regional da pesquisa CNI/Ibope podemos constatar também um favoritismo de Dilma. Isto porque a petista aparece à frente do tucano na região Sudeste, que agrega os três maiores colégios eleitorais do Brasil (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro). Segundo o levantamento, Dilma aparece com 37% das intenções de voto no Sudeste, contra 36% de Serra, ligeiramente à frente dentro da margem de erro, que é de 2 pontos percentuais. No levantamento anterior, feito em março, o tucano aparecia com 15 pontos de vantagem sobre Dilma (40% a 25%), de forma que o movimento apurado por esta pesquisa é extremamente positivo para a petista.
Nas demais regiões, o quadro é o seguinte: no Nordeste, Dilma lidera com 47% das intenções de voto contra 30% de Serra; no Norte/Centro-Oeste a petista alcança 40% das intenções de voto frente a 34% do tucano e, no Sul, o ex-governador atinge 42% das intenções de voto, sendo a única região onde está à frente da ex-ministra, que aparece com 34% das intenções de voto. Devemos destacar aqui dois pontos: a liderança isolada de Dilma no Nordeste (que responde por 28% do eleitorado) e também a redução da vantagem de Serra no Sul (região que agrega 15% do eleitorado brasileiro). Percebe-se, aqui, que em todas as regiões brasileiras a petista tem firmado uma trajetória de crescimento consistente.
03. Apoio de Lula tem grande peso na decisão dos eleitores: outro ponto importante que amplia o favoritismo de Dilma nesta disputa é o elevado peso que o apoio do presidente Lula tem sobre a decisão de voto dos eleitores. Neste aspecto, de acordo com a pesquisa CNI/Ibope, 48% dos eleitores afirmam que preferem votar em um candidato apoiado por Lula, ao passo que apenas 10% afirmaram que preferem votar em um candidato da oposição. Por outro lado, 37% declararam que não levarão em conta na sua decisão de voto o apoio dado pelo presidente Lula a um determinado candidato.
Dentre os eleitores que afirmam que preferem votar em um candidato apoiado por Lula, 90% situam-se na faixa de renda até 5 salários mínimos mensais. Para se ter uma idéia, dentre os eleitores que ganham até 1 salário mínimo, 62% afirmam que preferem votar em um candidato apoiado pelo presidente Lula. Se considerarmos a faixa de renda até 5 salários mínimos, nada menos que 52% dos eleitores neste intervalo de rendimento declararam preferência pelo candidato apoiado pelo presidente Lula, ampliando, assim, a margem de favoritismo de Dilma na sucessão presidencial.
É interessante ainda salientar que nas regiões Norte/Centro-Oeste, Nordeste e inclusive no Sudeste, o percentual de eleitores que preferem votar em um candidato apoiado por Lula é maior do que aqueles que dizem que não levarão em conta o apoio do presidente. Apenas na região Sul, o percentual de eleitores que declaram que não levarão em conta o apoio do presidente Lula é superior ao percentual dos que afirmam preferir o candidato apoiado pelo presidente. Isto nos mostra com clareza que o apoio do presidente Lula continua sendo um fator preponderante na escolha de grande parte dos eleitores brasileiros, o que favorece amplamente a candidatura de Dilma.
O que se percebe nestes pontos levantados é que Dilma tem obtido melhor êxito do que seus concorrentes na consolidação de votos, construindo cada vez mais uma candidatura sólida e com um favoritismo cada dia maior. Chegou-se a cogitar, no início da pré-campanha, que a disputa assumiria um caráter regional, mas o que se percebe no corte geográfico das recentes pesquisas, é que a petista tem crescido continuadamente em todas as regiões, inclusive no Sudeste, onde o tucano tinha ampla vantagem há alguns meses. Isso, sem dúvida, amplia consideravelmente o cenário de favoritismo de Dilma, especialmente se lembrarmos que ela começa a campanha em uma situação mais confortável que a seu principal adversário.
De uma maneira geral, podemos avaliar que, à medida que Dilma vai se tornando mais conhecida pelos eleitores e estes vão associando sua imagem ao presidente Lula, ampliam-se as intenções de voto na petista, especialmente nos segmentos de menor renda. Isso propicia o avanço da ex-ministra inclusive em regiões onde em levantamentos anteriores o seu principal adversário, o tucano José Serra, mantinha a liderança. Contudo, vamos nos atentar a três pontos fundamentais da pesquisa que nos permitem dizer com que, atualmente, Dilma é a favorita para a sucessão do presidente Lula:
01. Dilma tem o maior percentual de votos cristalizados: o primeiro aspecto que iremos analisar aqui se refere aos votos cristalizados de cada candidato, ou seja, o percentual de eleitores que já definiram o seu voto e afirmam que votarão com certeza neste ou naquele candidato. Neste quesito, Dilma leva a melhor por duas razões: o percentual de votos cristalizados da petista é superior ao dos outros dois principais postulantes do cargo (Serra e Marina); e a candidata do PT é a que tem, dentro de suas intenções de voto, o maior percentual consolidado, reduzindo, assim, a volatilidade de suas intenções de voto.
Vejamos: de acordo com o Ibope, 35% dos eleitores entrevistados afirmam que votarão com certeza em Dilma. Como a petista pontuou 40% neste levantamento, isto quer dizer que de todos aqueles que declararam voto na ex-ministra, 87,5% estão com seus votos já definidos em favor de Dilma. Dessa maneira, o percentual de votos “voláteis” seria de 12,5% do total declarado à petista. Enquanto isso, 29% dos eleitores entrevistados afirmaram votar com certeza em Serra, o que corresponde a 83% do universo de 35% dos eleitores que declararam voto no candidato tucano nesta pesquisa. Assim, do total pontuado pelo ex-governador de São Paulo nesta pesquisa, 17% seriam de votos “voláteis”.
Já no caso de Marina, 7% dos eleitores afirmaram que votarão com certeza nela, o que representa 78% do total de eleitores que declararam voto nela nesse levantamento. Se fizermos a análise sob o espectro dinâmico, perceberemos que Dilma foi a candidata que mais consolidou votos desde março, quando foi feito o último levantamento CNI/Ibope. Naquela ocasião, 29% dos eleitores afirmavam votar com certeza na petista, de forma que houve um ganho de 6 pontos percentuais até junho. No caso de Serra, em março ele aparecia com 27% dos votos cristalizados, de modo que ganhou apenas 2 pontos percentuais, ao passo que Marina não registrou oscilação, pois em março aparecia com os mesmos 7% de votos certos.
02. Dilma passa Serra no Sudeste: no corte regional da pesquisa CNI/Ibope podemos constatar também um favoritismo de Dilma. Isto porque a petista aparece à frente do tucano na região Sudeste, que agrega os três maiores colégios eleitorais do Brasil (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro). Segundo o levantamento, Dilma aparece com 37% das intenções de voto no Sudeste, contra 36% de Serra, ligeiramente à frente dentro da margem de erro, que é de 2 pontos percentuais. No levantamento anterior, feito em março, o tucano aparecia com 15 pontos de vantagem sobre Dilma (40% a 25%), de forma que o movimento apurado por esta pesquisa é extremamente positivo para a petista.
Nas demais regiões, o quadro é o seguinte: no Nordeste, Dilma lidera com 47% das intenções de voto contra 30% de Serra; no Norte/Centro-Oeste a petista alcança 40% das intenções de voto frente a 34% do tucano e, no Sul, o ex-governador atinge 42% das intenções de voto, sendo a única região onde está à frente da ex-ministra, que aparece com 34% das intenções de voto. Devemos destacar aqui dois pontos: a liderança isolada de Dilma no Nordeste (que responde por 28% do eleitorado) e também a redução da vantagem de Serra no Sul (região que agrega 15% do eleitorado brasileiro). Percebe-se, aqui, que em todas as regiões brasileiras a petista tem firmado uma trajetória de crescimento consistente.
03. Apoio de Lula tem grande peso na decisão dos eleitores: outro ponto importante que amplia o favoritismo de Dilma nesta disputa é o elevado peso que o apoio do presidente Lula tem sobre a decisão de voto dos eleitores. Neste aspecto, de acordo com a pesquisa CNI/Ibope, 48% dos eleitores afirmam que preferem votar em um candidato apoiado por Lula, ao passo que apenas 10% afirmaram que preferem votar em um candidato da oposição. Por outro lado, 37% declararam que não levarão em conta na sua decisão de voto o apoio dado pelo presidente Lula a um determinado candidato.
Dentre os eleitores que afirmam que preferem votar em um candidato apoiado por Lula, 90% situam-se na faixa de renda até 5 salários mínimos mensais. Para se ter uma idéia, dentre os eleitores que ganham até 1 salário mínimo, 62% afirmam que preferem votar em um candidato apoiado pelo presidente Lula. Se considerarmos a faixa de renda até 5 salários mínimos, nada menos que 52% dos eleitores neste intervalo de rendimento declararam preferência pelo candidato apoiado pelo presidente Lula, ampliando, assim, a margem de favoritismo de Dilma na sucessão presidencial.
É interessante ainda salientar que nas regiões Norte/Centro-Oeste, Nordeste e inclusive no Sudeste, o percentual de eleitores que preferem votar em um candidato apoiado por Lula é maior do que aqueles que dizem que não levarão em conta o apoio do presidente. Apenas na região Sul, o percentual de eleitores que declaram que não levarão em conta o apoio do presidente Lula é superior ao percentual dos que afirmam preferir o candidato apoiado pelo presidente. Isto nos mostra com clareza que o apoio do presidente Lula continua sendo um fator preponderante na escolha de grande parte dos eleitores brasileiros, o que favorece amplamente a candidatura de Dilma.
O que se percebe nestes pontos levantados é que Dilma tem obtido melhor êxito do que seus concorrentes na consolidação de votos, construindo cada vez mais uma candidatura sólida e com um favoritismo cada dia maior. Chegou-se a cogitar, no início da pré-campanha, que a disputa assumiria um caráter regional, mas o que se percebe no corte geográfico das recentes pesquisas, é que a petista tem crescido continuadamente em todas as regiões, inclusive no Sudeste, onde o tucano tinha ampla vantagem há alguns meses. Isso, sem dúvida, amplia consideravelmente o cenário de favoritismo de Dilma, especialmente se lembrarmos que ela começa a campanha em uma situação mais confortável que a seu principal adversário.
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