Cardápio do boteko

domingo, 13 de junho de 2010

"Eu mudei de nome e vou colocar Dilma lá na cédula", diz Lula na convenção do PT

“Eu mudei de nome e vou colocar Dilma lá na cédula”. Foi essa a expressão usada pelo presidente Lula para sintetizar, em discurso feito na Convenção Nacional do PT neste domingo, 13, em Brasília, o que representa a eleição da agora oficialmente candidata governista Dilma Rousseff em outubro. Lula discursou após as falas do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e do vice na chapa de Dilma, o peemedebista Michel Temer, destacando os avanços obtidos pelo seu governo ao longo destes quase 8 anos e também as credenciais da ex-ministra para ocupar o cargo máximo do Executivo Nacional.

Logo no início do seu discurso, o presidente alertou a militância de que “é importante que ninguém fique andando de salto alto, achando que já ganhou e resolva tirar férias agora! Ninguém pode deixar de fazer campanha”. Dirigindo-se à candidata e ao seu vice, Lula frisou: “Minha certeza de ganhar a eleição é absoluta, mas eleição é igual a mineração, só se sabe o resultado quando termina. Muita tranqüilidade Dilma, muita tranqüilidade Temer, porque o bicho vai pegar. A maturidade de vocês é que vai garantir que a gente ganhe as eleições”. Quando falou que o “bicho vai pegar”, se referia ao comportamento da oposição e da imprensa.

Tanto que logo em seguida, o presidente fez questão de ressaltar a edição do Jornal Nacional, da Rede Globo, na noite do último sábado, 12, quando o telejornal abriu um espaço para a convenção do PSDB sete vezes maior do que aquele dado à cobertura das convenções do PMDB e PDT, partidos aliados de Dilma. Lula também destacou que espera que a campanha de 2010, ao contrário de pleitos anteriores, seja de alto nível: “Esperamos que não façam jogo rasteiro inventando dossiês todo dia. Já estamos calejados, já estamos acostumados e sabemos como eles [oposição] trabalham”.

“Faz parte do meu programa eleger Dilma”, diz Lula
"O momento é de glória para nós. Fico feliz em saber que posso entregar a faixa presidencial para uma companheira do meu partido e uma companheira mulher", afirmou o presidente Lula, que também fez questão de salientar: “Faz parte do meu programa eleger a companheira Dilma e [isso] significa dar continuidade para melhor com o acúmulo de conhecimento que ela tem, com a quantidade de coisas que ela trabalhou. O milagre da governança é saber montar sua equipe. Até o Wanderlei Luxemburgo [técnico do Atlético Mineiro] está aqui na convenção, e ele, como grande técnico que é no Brasil, pode dar o palpite sobre como montar nossa equipe”.

Fazendo brincadeira com a sua elevada popularidade, Lula frisou que “o povo vai sentir uma falta. Vai ser a primeira eleição que meu nome não vai estar na cédula. Vai haver um vazio. Para que esse vazio seja preenchido, eu mudei de nome e vou colocar lá Dilma na cédula”. O presidente também destacou os grandes avanços que foram feitos ao longo do seu governo, tais como as escolas técnicas, cursos profissionalizantes, programas para agricultura e,sobretudo, a capacidade que o Brasil teve para enfrentar a crise financeira internacional, que ocorreu entre 2008 e 2009 mas que ainda vem causando efeitos negativos em muitas economias, como Europa e Estados Unidos.

Lula destacou também os preconceitos que sofreu antes de chegar à Presidência e aqueles enfrentados já como Presidente da República. Declarando que um político não pode ter preconceito de nenhuma espécie, o presidente citou o exemplo de sua participação em uma Conferência LGBT: “eu me senti orgulhoso de ser presidente da República e participar da Conferência LGBT! Me senti mais brasileiro”! O presidente também afirmou que quando assumiu a Presidência tinha ciência de que ele não poderia errar: “Você, Dilma, vai pegar um País que eu gostaria de ter pego. Acho que Deus escreve certo por linhas tortas. Outro qualquer, se não desse certo, não teria problema. Eu sabia que se eu não desse certo estaria lascado! Iria demorar 200 anos para um trabalhador voltar à Presidência”.

Por fim, o presidente salientou que no dia 1º de janeiro, ele, “o Zé Alencar [vice] e as duas Marisas desceremos a rampa do Planalto de cabeça erguida, com a consciência de que a nossa missão foi cumprida”. Lula também brincou que admira muito os economistas: “eu sempre quis ser economista porque eles sabem falar bem de números, principalmente quando eles são oposição. Como eu não sou economista, escolhi uma economista para ser presidente”. E finalizou, ainda com um tom de humor, se dirigindo a Dilma e dizendo que Dilma “já tem cara de presidente”, completando ainda que “chegou a hora de uma mulher comandar o país”. Lula encerrou seu discurso ovacionado pelos presentes, em um evento que mais uma vez mostrou a força e a garra da militância petista.

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