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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Garoto-símbolo da reeleição de Lula diz que sua vida mudou para melhor nos últimos anos

A Folha de São Paulo publicou nesta segunda-feira, 27, uma matéria muito interessante com um menino de apenas 11 anos que ficou muito conhecido há quatro anos, quando, sabendo da visita do Presidente Lula à sua cidade, correu para vê-lo e, vencendo toda a multidão, foi erguido pelo seu vizinho e conseguiu tocar em Lula. A imagem, captada pelo fotógrafo oficial da Presidência, tornou-se o grande símbolo da campanha de reeleição de Lula em 2006.

Everton é morador de uma cidade próxima a Salvador, na Bahia. De família bem pobre, o garoto revelou à Folha nessa reportagem que a vida de sua família “melhorou para melhor” durante o governo Lula: sua mãe conseguiu trabalho e, com a ajuda da renda extra do Bolsa Família, conseguiu comprar TV a cores, geladeira e outros eletrodomésticos. O melhor de tudo é saber que essa melhora das condições de vida não ocorreu apenas na família de Everton: ela é compartilhada por milhões de brasileiros.

“Nunca antes na história desse país” tivemos uma mobilidade social tão ampla, que foi garantida não apenas pelos programas de transferência de renda do governo Lula, mas principalmente pela geração de milhões de empregos e pelo bom desempenho da economia. É por isso que o pequeno Everton resume o sentimento de milhões de brasileiros ao dizer que “vai ficar com saudades do Presidente”. Para a sorte de Everton e de todos nós brasileiros o legado de Lula ficará em boas mãos: Dilma fará o país avançar ainda mais, aprofundando as políticas iniciadas por Lula. Abaixo, a íntegra da reportagem de Matheus Magenta, da Folha:

“Vou ficar com saudade do Presidente”
De castigo por causa de nota baixa na escola, o garoto Everton Conceição Santos, hoje com 11 anos, diz que não pensou duas vezes para fugir de casa pela janela e ver o presidente Lula inaugurar casas populares em Lauro de Freitas (região metropolitana de Salvador), em 2006. Diante da multidão no local, driblou os adultos passando por entre pernas e "saias de mulher", até que um vizinho decidiu erguê-lo sobre o ombro.

"Foi quando dei de cara com o Lula e consegui pegar na barba dele." O momento foi registrado pelo fotógrafo oficial da Presidência, e o garoto se tornou símbolo da campanha de reeleição de Lula. Desde então, Everton é conhecido como Lulinha. Nos quatro anos seguintes, ele diz que a vida da família "mudou pra melhor". Com o emprego que a mãe Odevânia conseguiu em 2007 (recebe um salário mínimo) e R$ 130 do Bolsa Família, ascenderam à classe D.

Entre 2002 e 2010, a massa de renda desses consumidores (com ganho familiar entre um e três salários mínimos) cresceu 161% - de R$ 146 bilhões para R$ 381 bilhões. Com a nova renda, a família de Everton conseguiu comprar TV de 21 polegadas, videogame, DVD, geladeira e trocar o fogão.

Chá e pão duro
"Antes, a gente só tomava chá e pão puro. Comida, só na casa da minha vó ou de vizinhos. Agora, tem pão, queijo, suco, tudo que dá vontade de comer", conta o garoto. Everton e três irmãos dormem em duas camas de solteiro no único quarto da casa -a mãe dorme no sofá da sala, onde está pendurada a foto do garoto com o presidente, autografada por Lula.

O salário de ajudante de cozinha permite agora que ela junte dinheiro para construir mais um cômodo na casa popular de 30 m2 que ganhou do governo. Em 2007, em reunião com ministros, Lula chamou de "vergonha" o projeto das casas entregues - um dos embriões do Minha Casa, Minha Vida-, por ser tão pequeno. Apesar do crescimento da renda, a família ainda enfrenta dificuldades como a falta de professores e filas em hospitais e postos de saúde.

"Quando a gente encontra médico, demora horas pra ser atendido. Não melhorou nem piorou nos últimos anos", diz Odevânia. Sua família está entre os 160 milhões que dependem exclusivamente do sistema público de saúde, área apontada desde 2007 no Datafolha como a pior do governo Lula.

Everton ri ao falar sobre a posse de Lula em 2007, onde esteve como convidado oficial, mas fecha logo a expressão ao falar sobre o fim do mandato dele. Diz não conhecer "direito" a presidente eleita, Dilma Rousseff, em quem sua mãe votou. "Sei só que ela é do partido do Lula. Mas ele vai voltar depois pra ser presidente. Vou ficar com saudades dele", diz, rindo novamente.

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