Cardápio do boteko

quarta-feira, 31 de março de 2010

Um "bota fora" merecido para Serra



A quarta-feira foi de comemorações no Estado de São Paulo: o governador José Serra (PSDB) renunciou nesta tarde ao cargo para disputar a Presidência da República, em outubro próximo. E, naturalmente, a data não poderia passar despercebida, afinal de contas o tucano deixa o cargo com um legado de desvalorização do funcionalismo público, investimentos escassos em políticas sociais, combate mínimo à criminalidade, falta de investimentos em combate às enchentes etc.

Não foi à toa que mais de 40 entidades sindicais do funcionalismo público paulista organizaram um “bota fora” bem merecido para Serra ao longo desta quarta-feira, mostrando à população de São Paulo os feitos reais do agora ex-governador. Ao meio-dia, os servidores organizaram um “almoço de gala” no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. A festa foi muito animada e o almoço servido ao preço módico de R$ 4,00, o valor do “vale-coxinha” que Serra paga aos funcionários públicos sob o nome de “ticket refeição”.

Em seguida, ali mesmo na Paulista, os professores estaduais realizaram nova manifestação contra o governo Serra, que se recusa a receber o comando de greve para negociar suas reivindicações. A categoria segue em greve desde o dia 8 de março, reivindicando uma recomposição salarial de 34,3%, além de incorporação das gratificações no salário básico e uma série de mudanças na política de Educação imposta pelo tucanato em São Paulo.

Milhares de servidores no bota fora de Serra
De acordo com a Apeoesp, 40 mil professores compareceram na manifestação realizada nesta tarde, que chegou a interditar as duas vias da Paulista. Além dos servidores da educação, os funcionários da Saúde também fizeram manifestação logo cedo, reivindicando, além de uma reposição de 40% por perdas salariais, o fim da terceirização dos serviços de Saúde, marca registrada do governo Serra em São Paulo. O sucateamento do SUS no Estado também foi denunciado.

Após a manifestação na Paulista, os servidores seguiram em passeata até a Praça da República, onde ocorreu o grande ato de bota fora do governador. Cabe destacar que nas últimas manifestações da categoria, o governo Serra valeu-se de métodos ditatoriais para tentar calar os grevistas, chegando a colocar a PM em confronto com os manifestantes, como ocorreu na última sexta-feira, 26, quando 16 pessoas ficaram feridas.

Uma prática do governo Serra que também foi denunciada pela Apeoesp refere-se à infiltração de policiais à paisana no meio dos manifestantes, o que teria ocorrido também no ato da semana passada. A presidente do sindicato dos Professores, Maria Izabel Noronha, indagou: “agente infiltrado em nossa manifestação? A troco de que? Isso é coisa da época da ditadura”. O PSDB e o DEM ameaçaram processar a sindicalista e a Apeoesp por fazerem campanha “contra Serra”, mostrando ainda mais a faceta ditatorial dos demo-tucanos.

Um legado de des-investimento em políticas sociais
Além das práticas repressoras contra os manifestantes, o governo Serra em São Paulo também foi marcado por baixos investimentos em políticas sociais. Para se ter idéia, de acordo com o site Brasília Confidencial, não foi investido absolutamente nada durante a gestão Serra em programas de combate à mortalidade infantil e materna: logo na gestão dele, que se gaba tanto de ter uma preocupação central com a saúde. Mas essa preocupação de Serra com a saúde é questionável não somente por isso: vale lembrar que o ex-governador utilizou repasses do SUS em aplicações do mercado financeiro.

Tanto que o Ministério Público Federal e o Ministério Público Paulista emitiram uma determinação na semana retrasada para que Serra retirasse a verba do SUS que estaria em aplicações financeiras e as colocasse em seu devido lugar: o Fundo Estadual da Saúde. Em termos de políticas de habitação e moradia, o governo Serra também foi um fiasco no Estado de São Paulo: não foi investido um centavo em projetos de habitação de interesse social ao longo do governo do tucano.

Esses são apenas alguns exemplos do legado que o governo Serra deixa no Estado mais rico do país. Naturalmente, se apontarmos detalhadamente este legado, precisaríamos de muitos parágrafos para dar conta de fazer um inventário completo das não-realizações de Serra em São Paulo. Para o bem da população paulista, Serra saiu nesta quarta-feira do governo do Estado (apesar dos tucanos continuarem, o que a rigor implica em continuidade desta política). Esperemos que para o bem da população brasileira, Serra passe bem longe da Presidência da República.

Petiscos do dia - 31 de março


Dima deixa o ministério para disputar Presidência da República: Atendendo ao prazo de desincompatibilização estabelecido pelo TSE, a agora ex-ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e mais nove ministros deixaram nesta quarta-feira, dia 31 de março, seus cargos. Dilma, pré-candidata do PT à Presidência da República, fez um discurso emocionado, destacando as principais realizações do governo Lula nestes 7 anos e três meses e também estabelecendo comparações com o período anterior.

A ex-ministra dirigiu-se ao presidente Lula, dizendo: “o governo do senhor é um momento importante, de ápice, de vitória: talvez o mais longo momento de vitória de todos esses que lutaram experimentaram em sua vida”. “A geração que me sucedeu conseguiu realizar seus sonhos. Seu governo mostrou que um País só pode ser soberano se seu povo tiver condições de sonhar”, declarou Dilma.

A pré-candidata do PT ainda disse que “sob a sua liderança, presidente, que fez tanto, o Brasil está pronto pra fazer muito mais”, e acrescentou: “Nós nos despedimos, mas não somos aqueles que estão dizendo adeus, somos aqueles que estão dizendo até breve”.

Lula manda recado para oposição: Na solenidade de despedida dos 10 ministros, o presidente Lula discursou e declarou que quem quiser derrotá-lo terá que trabalhar mais do que ele. "Tem de trabalhar que nem um desgraçado, e quem quiser me derrotar, vai ter de trabalhar mais do que eu", declarou o presidente. Sobre a saída dos ministros, Lula declarou que é um momento muito difícil na vida de um político.

O presidente lamentou que companheiros que “vestiram a camisa do governo” estivessem saindo e declarou que gostaria que eles ficassem até o final do mandato. Para Lula, montar uma boa equipe é fundamental para o sucesso de qualquer governo. O presidente ainda destacou a relação de confiança e respeito que estabeleceu neste período com os membros do seu Ministério.

Serra também deixou o cargo nesta tarde: no Estado de São Paulo, o governador José Serra (PSDB) também transferiu o cargo para o seu vice, Alberto Goldman (PSDB), nesta tarde, para disputar a Presidência da República. A cerimônia, iniciada com uma hora de atraso, foi marcada por um balanço de gestão apresentado por Serra, que esteve à frente do Palácio dos Bandeirantes desde 2007.

O evento contou com a presença de lideranças de partidos aliados, como o DEM e o PPS. Além disso, a cúpula tucana instalou dois telões do lado de fora da Assembléia Legislativa para que a cerimônia pudesse ser acompanhada pelos “militantes” que foram mobilizados pelo PSDB. Em um dos trechos do seu discurso, Serra declarou que “governamos para o povo, não para os partidos”.

Márcio Pochmann: A difícil transição paulista



Quando se completa a primeira década do século 21, o Estado de São Paulo demonstra viver um de seus maiores desafios históricos, qual seja, o de continuar sendo a locomotiva econômica que dirige o país. Na perspectiva recente, isso parece estar comprometido diante de importantes sintomas de decadência antecipada.

Entre 1990 e 2005, por exemplo, o Estado paulista registrou o segundo pior desempenho em termos de dinamismo econômico nacional, somente superando o Rio de Janeiro, último colocado entre os desempenhos das 27 unidades da Federação. Atualmente, o Estado paulista responde por menos de um terço da ocupação industrial nacional - na década de 1980, era responsável por mais de dois quintos dos postos de trabalho em manufatura.

Simultaneamente, concentra significativo contingente de desempregados, com abrigo de um quarto de toda mão de obra excedente do país -há três décadas registrava somente um quinto dos brasileiros sem trabalho. Em consequência, percebe-se a perda de importância relativa no total da ocupação nacional, que decaiu de um quinto para um quarto na virada do século passado para o presente.

Se projetada no tempo, essa situação pode se tornar ainda mais grave, com São Paulo chegando a responder por menos de 20% da ocupação nacional, por um terço de todos os desempregados e apenas por um quinto do emprego industrial brasileiro no início da terceira década do século 21. Essa trajetória pode ser perfeitamente revertida, uma vez que não há obstáculo econômico sem superação. A resposta paulista, contudo, precisaria vir da montagem de uma estratégia inovadora e de longo prazo que não seja a mera repetição do passado.

Na visão da antiga oligarquia paulista, governar seria fundamentalmente abrir estradas, o que permitiria ocupar o novo espaço com o natural progresso econômico. Por muito tempo, o Estado pôde se privilegiar dos largos investimentos governamentais em infraestrutura, o que permitiu transitar das grandes fazendas produtoras e exportadoras de café no século 19 para o imenso e diversificado complexo industrial do século 20.

Em apenas duas décadas, o Estado paulista rebaixou a concentração de quase dois terços de sua mão de obra no setor primário para menos de um terço, dando lugar ao rápido crescimento do seu proletariado industrial. Com isso, a ocupação em manufatura convergiu para São Paulo, passando a representar 40% de todos os empregos industriais do país na década de 1960, contra um quarto em 1940.

Em virtude disso, o protagonismo paulista reverberou nacionalmente por meio do ideário de que seria a locomotiva a liderar economicamente o Brasil grande. Tanto que não era incomum à época que as lideranças de outros Estados sonhassem com a possibilidade de repetir o caminho paulista. O principal exemplo se deu com a implantação de uma "mini-São Paulo" no meio da Floresta Amazônica, por intermédio da exitosa implantação da Zona Franca de Manaus.

Para as décadas vindouras, o futuro tende a exigir a ampliação predominante do trabalho imaterial, cujo principal ativo é o conhecimento. Não significa dizer que as bases do trabalho material (agropecuária e indústria) deixem de ser importantes, pois é estratégico o fortalecimento das novas fontes a protagonizar o dinamismo econômico do século 21. Se houver força política nesse sentido, o Estado de São Paulo poderá transitar para a continuidade da condição de liderança econômica da nação, passando a responder por 40% do total do trabalho imaterial do país.

Os esforços de transformação são inegáveis, pois, além da necessária oxigenação de suas instituições, os próximos governos precisariam inverter suas prioridades, com a adoção, por exemplo, de um gigantesco e revolucionário sistema educacional que assegure as condições necessárias do acesso de todos ao ensino, do básico ao superior,ademais da educação para a vida toda e com qualidade. Na sociedade do conhecimento em construção, a liderança econômica não surgirá da reprodução de sistemas de ensino comprometidos com o passado, tampouco de relações governamentais com profissionais da educação compatíveis com o século 19.

Ainda há tempo para mudanças contemporâneas, sobretudo quando a política pública é capaz de romper com o governo das ideias ultrapassadas. Sem isso, o fantasma da decadência reaparece, fazendo relembrar as fases de liderança econômica de Pernambuco durante a colônia e do Rio de Janeiro no império.

Márcio Pochmann é economista e presidente o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas). Foi Secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade na gestão Marta Suplicy.

(Texto extraído da coluna Tendências/Debates, da Folha de São Paulo, em 30/03/10)

terça-feira, 30 de março de 2010

Petiscos do dia - 30 de março



Apitaço de professores e pedido de abertura de negociações: Professores estaduais paulistas, que estão em greve desde o começo deste mês, promoveram nesta terça-feira, 30, um apitaço durante a entrega do trecho sul do Rodoanel, onde estava presente o governador de SP, José Serra (PSDB). Desde que teve início a greve, o governo Serra vem se recusando a receber os grevistas para negociar sua pauta de reivindicações.

Na semana passada, uma manifestação de professores foi violentamente reprimida pela PM de Serra, deixando 16 feridos. Vale destacar que na quarta-feira os professores farão uma nova manifestação na Avenida Paulista. A categoria pede recomposição salarial de 34,3%, além de incorporação das gratificações no salário e políticas educacionais mais eficientes.

Entidades organizam bota-fora para Serra na quarta-feira: Mais de 40 entidades sindicais do funcionalismo público paulista organizam para a quarta-feira, dia 31, um “bota fora” para o governador Serra e sua política neoliberal. Serra deixará o governo de São Paulo nesta data, em cumprimento ao prazo estipulado pelo TSE, para assumir sua candidatura a Presidência da República.

Os servidores organizam, ao meio dia, um “almoço de gala” no vão livre do Masp, na Paulista, onde cobrarão o valor simbólico de R$ 4,00 (referente ao “vale coxinha” que Serra paga de ticket refeição aos funcionários públicos). Às 14 hras haverá a manifestação dos professores, também na Paulista, e no final da tarde o ato de “bota fora” na Praça da República.

PSDB quer levar 5 mil “militantes” na despedida de Serra: Enquanto os servidores públicos organizam o “bota fora” de Serra na Paulista, o alto comando tucano pretende reunir cerca de 5 mil “militantes”em um evento de despedida do governador José Serra nesta quarta-feira.

Segundo informações da Agência Estado, o diretório estadual do PSDB expediu aviso aos militantes para que evitem ir com bandeiras e símbolos ao evento para não caracterizar campanha eleitoral antecipada. Agora só cabe uma pergunta: onde os tucanos vão achar 5 mil “militantes”? Acho que se trouxerem ônibus do Brasil inteiro não conseguem esse número!

Aécio passa o cargo para Anastasia na 4ª feira: Enquanto Serra passa o cargo para o seu vice aqui em São Paulo, em Minas Gerais o governador Aécio Neves também passará o bastão para o seu vice, Antônio Anastasia, nesta quarta-feira. A hipótese mais provável é que Aécio concorra a uma vaga de Senador por Minas Gerais. Contudo, não está descartada a possibilidade dele ser um eventual vice na chapa de José Serra.

Vale lembrar que Anastasia é candidato natural à sucessão de Aécio no governo de Minas Gerais. O quadro eleitoral no Estado ainda não está totalmente definido, já que o PT ainda não anunciou se apoiará o ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB) ou se lançará uma candidatura própria, como pretende o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias.

Por que a oposição critica tanto o PAC 2?



É no mínimo patético vermos o comportamento da oposição, representada pelo PSDB, DEM e PPS, ao criticar o lançamento do PAC 2, na segunda-feira, 29, pelo governo Lula. Em um documento intitulado “Pantomina eleitoral”, os presidentes destes três partidos, Sérgio Guerra (PSDB), Rodrigo Maia (DEM) e Roberto Freire (PPS) referem-se à nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento como “uma mera peça de campanha eleitoral, movida às custas do contribuinte brasileiro”.

O questionamento da oposição é centrado, sobretudo, no argumento de que o PAC 1 ainda não foi concluído e que por isso, na visão rasa dos demo-tucanos, o lançamento agora do PAC 2 é prematuro e eleitoreiro. A oposição ainda diz, em sua nota vazia e sem argumentação consistente, que “fica claro que não existe compromisso algum com o país” e refere-se à ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, como “responsável direta por esse fiasco gerencial”.

Ora, passemos a entender neste ponto qual a motivação concreta que os partidos oposicionistas têm para criticar dessa maneira o lançamento do PAC 2. Por que eles procuram desqualificar um programa do governo federal que tem ampliado consideravelmente os investimentos em áreas estratégicas, inclusive do ponto de vista social, e que teve participação crucial para minimizar os efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira?

Oposição procura nos outros defeitos seus
A primeira resposta a esta pergunta pode ser explicada pela própria psicologia. A psicanálise diz que é comum que uma pessoa procure ressaltar características negativas de outras pessoas, mas que na verdade ela reconhece nela mesmo. Assim, o egoísta acha que todo mundo ao seu redor é egoísta, aquele que gosta de se aparecer diz que todos à sua volta é que gostam de chamar o brilho pra si. E pelo visto, os demo-tucanos estão padecendo desse mal.

Ora, a argumentação do PSDB, DEM e PPS de que o governo está lançando o PAC 2 sem antes terminar o PAC 1 é bastante rasa, especialmente se considerarmos o fato de que esses partidos que criticam são os primeiros a fazerem esse tipo de coisa. Até mesmo a imprensa que serve aos interesses demo-tucanos não conseguiu esconder o governador José Serra (PSDB) inaugurando maquetes há algumas semanas! Ou seja, quem está inaugurando peças eleitorais nessa história toda são eles mesmos.

Além do mais, o presidente Lula quer deixar para seu sucessor projetos de investimentos que vão beneficiar a vida de milhões de brasileiros, de forma que quanto mais cedo for feito esse planejamento, tanto melhor será para quem for tocar os projetos. O governo Lula, neste sentido, está deixando uma herança bendita para quem sucede-lo e não uma herança maldita, como deixou FHC e os partidos que hoje criticam o lançamento do PAC 2.

Tucanos nunca tiveram compromissos com o país
A oposição parece, ainda, ter uma inveja incontida do governo Lula. Afinal de contas, quem deixou claro que “não tem compromissos com o país” foram eles, os demo-tucanos, quando governaram o país. Basta ver a situação dramática em que PSDB, DEM e PPS deixaram a economia brasileira quando foram governo: com elevadíssimas taxas de juros, inflação de duas casas, PIB estagnado e Estado omisso, incapaz de induzir investimentos na economia.

Assim, é bastante incômodo para esse pessoal ver que Lula conseguiu não somente superar a herança maldita que eles deixaram como também preparar um terreno bastante favorável para seu sucessor. Por isso o PAC 2 os incomoda, porque não tiveram a capacidade de fazer algo sequer parecido. O governo Lula, este sim, tem preocupação e responsabilidade política com o país. A oposição não: o único compromisso dos demo-tucanos foi o compromisso privatista, dilapidando o patrimônio público brasileiro.

O que a oposição chama de “fiasco gerencial” é na verdade um projeto extremamente competente que beneficiará milhões de brasileiros, através do desenvolvimento com inclusão social. Mas naturalmente a oposição não aceita projetos que beneficiem a grande maioria da população. Em situação como esta, devemos nos lembrar do economista Mário Henrique Simonsen, que dizia que “a crítica é tarefa do sábio e tão igualmente do idiota”.

Blog do Zé Dirceu: Campanhas midiáticas e sondagens eleitorais



As pesquisas eleitorais não podem ser analisadas sem que se examine o papel das campanhas que a mídia desencadeou contra o PT, o governo e Dilma nas últimas semanas. Especialmente as movidas pela Folha e a revista Veja, com repercussão no Jornal Nacional e em todos os jornais, emissoras de rádio e TV.

Nesse capítulo tivemos como destaques os casos Eletronet-Telebrás e João Vaccari Neto-BANCOOP, além de toda a oposição diária da imprensa ao governo e ao PT, da repercussão dada ao factóide de campanha antecipada-uso da máquina do governo e as decisões adotadas a respeito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Simultaneamente a mídia esconde as graves denúncias contra o PSDB, como os casos Alstom, o pagamento de propina por essa multinacional a autoridades do governo paulista e a políticos do PSDB nos governos Mário Covas-Geraldo Alckmin-José Serra; Leonel Pavan, o governador "ficha-suja" empossado em Santa Catarina, acusado pela PF de receber propina de R$ 100 mil, entre outras denúncias; o escândalo do DEM-Brasília, no qual estão implicados também o PSDB e o PPS; e o caso Yeda Crusius, a governadora gaúcha "hors-concours", envolvida em incontáveis denúncias de fraude e corrupção.

Um terceiro ponto, ainda, a destacar na subida de José Serra nas pesquisas é a massiva e nacional propaganda de seu governo em São Paulo, um escândalo sem nenhuma crítica ou reparo sequer da mídia.

Indiferente à campanha da mídia, mãos à obra
Mas, como o governo, o PT e mesmo Dilma estiveram sob o fogo adversário da imprensa já durante todo ano de 2009, não podemos automaticamente dar um peso exagerado ao papel da mídia e sua influência no resultado das pesquisas de agora.

Acredito que, além de fazer nossas próprias sondagens, devemos aproveitar os 90 dias até as convenções oficiais e o início da campanha para consolidar o nome de nossa candidata Dilma Rousseff.

Vamos organizar sua campanha, construir o programa de governo, consolidar os palanques estaduais e as alianças, e responder à altura a todas iniciativas contrárias da oposição e da mídia. O caminho a percorrer agora é mobilizar nossa militância e a dos aliados e levar o nome de nossa candidata e nossas propostas a todo país.

Eleições, como mostraram as de 2002 e 2006, são vencidas com direção e fatos políticos, imagem e símbolos, mobilização e disputa, debates e propaganda. No momento e até outubro cabe-nos sempre tomar a ofensiva e dar continuidade ao crescimento e consolidação da nossa candidatura, sem medo e com esperança.

(Texto extraído do Blog do Zé Dirceu, em 29/03/10)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Opinião: Serra - a face da ditadura que assombra São Paulo



Folhear os jornais e revistas de grande circulação, especialmente no estado de São Paulo, transformou-se há tempos em um exercício de resistência estomacal. É difícil ler a maioria dos seus editoriais e notícias tendenciosas sem ter um estomazil ou sal de frutas ao lado. Em suas páginas, omitem os avanços obtidos pelo governo Lula e preferem criar factóides, críticas infundadas ao presidente e ao PT, ao mesmo tempo que servem de panfletos políticos dos setores demo-tucanos.

Tem sido assim no episódio recente da greve dos professores estaduais em São Paulo, próxima a completar o primeiro mês de duração. Preferem associar a imagem dos professores, que lutam por melhores salários e uma política de educação mais eficiente, a baderneiros do que relatar o que realmente acontece no Estado, buscando partidarizar o movimento legítimo do magistério paulista. O governador, por sua vez, além de querer partidarizar a greve, ainda procura desqualificar o movimento e o trata com a mais absoluta violência.

Foi o que aconteceu, por exemplo, na última sexta-feira, 26, quando os professores, ao realizarem uma manifestação pacífica em frente ao Palácio dos Bandeirantes, foram agredidos violentamente pela PM de Serra. O governador não estava lá: fugiu naquela manhã para o interior do Estado de São Paulo, sob o pretexto de entregar obras. Como vem demonstrando desde o início do movimento grevista, Serra não quer dialogar com os professores – prefere trata-los com a mais intensa repressão.
Tucanos querem processar Apeoesp
E agora, na tarde desta segunda-feira, 29, eis que chega a notícia que o PSDB, o partido do governador paulista e candidato à Presidência da República, irá processar a Apeopesp (Sindicato dos Professores) por contrapropaganda partidária. Nada mais absurdo dentro do regime democrático que querer aplicar a “lei da mordaça” – instrumento muito popular na época da ditadura – para tentar calar as vozes de manifestantes que lutam por condições mais dignas nas suas profissões.

Na argumentação tucana, a Apeoesp e sua presidente, Maria Izabel Noronha, estão utilizando a greve como palanque eleitoral contrário ao governador Serra. Mas ora, se os professores estão reivindicando melhores salários e uma melhor política de educação é porque definitivamente não concordam com os rumos traçados pelo governo Serra. Então, qual o mal em se criticar a política de Educação de São Paulo? Não vivemos em uma democracia? Ou a democracia só serve se as críticas forem direcionadas ao PT e ao governo Lula?

Além do mais, os professores criticam a postura de Serra perante o movimento grevista: a arrogância do governador e pré-candidato do PSDB à Presidência da República de não querer ouvir as reivindicações da categoria, de negar-se ao diálogo e, pior, de usar de mecanismos repressores para tentar abafar o movimento. Nada mais natural, portanto, que os professores, tão maltratados pelo governo Serra, não queiram votar nele para Presidente! Isso não é partidarizar o movimento e sim manifestar democraticamente a opinião.

Mas Serra e o PSDB, como sempre fazem, preferem utilizar artimanhas jurídicas para desqualificar os seus opositores. Na visão tucana, é mais fácil cercear a liberdade de expressão dos manifestantes do que dialogar; é mais “prático” utilizar o aparato policial para reprimir, do que receber o comando de greve no gabinete e negociar. Para finalizar, é muito estranho que um candidato que sofreu perseguição na época da ditadura militar utilize de métodos repressivos quando chega ao poder. Mais estranho que isso é ver que uma parte da população apóia esse tipo de desmando do pré-candidato Serra. Esperemos que a campanha sirva para abrir os olhos de quem ainda acredita nos tucanos.

Petiscos do dia - 29 de março



Governo Lula lança o PAC 2: A segunda-feira, 29, foi marcada no cenário político pelo lançamento do PAC 2, em Brasília. A segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento prevê investimentos públicos e privados de mais de R$ 1 trilhão para o período entre 2011 e 2014. O programa contemplará seis eixos básicos: Energia, Luz para Todos, Comunidade Cidadã, Minha Casa Minha Vida, Transportes e Cidade Melhor.

Grande parte desses recursos irá para a área de energia, que deverá receber investimentos da ordem de R$ 1,092 trilhão. Em seguida, vem o programa Minha Casa, Minha Vida, que deverá receber uma injeção de R$ 278,2 bilhões no período. O slogan do PAC 2 será “O Brasil vai continuar crescendo”. Em seu discurso, a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, destacou que o governo Lula, ao longo destes 8 anos, mostrou que é possível ter planejamento, investimento e desenvolvimento com inclusão social.

Em SP, Suplicy abre mão da candidatura e apóia Mercadante: na tarde desta segunda-feira, o senador Eduardo Suplicy se reuniu com a direção estadual do PT de São Paulo para discutir sua pré-candidatura, apresentada no começo de março ao partido. Após uma conversa com seus correligionários, Suplicy abriu mão de sua pré-candidatura para apoiar o nome de Aloysio Mercadante ao governo de São Paulo.

Segundo o presidente do PT-SP, Edinho Silva, a atitude de Suplicy “foi um gesto nobre. Ele reconheceu que era preciso ter unidade partidária”. O senador Eduardo Suplicy destacou que “o nome de Mercadante está aceito pela militância, pelo diretório. E também teve o gesto dele em abrir mão da reeleição ao Senado para ser candidato em São Paulo”. Na semana passada, cinco partidos de oposição ao PSDB reuniram-se com o PT para fechar apoio ao nome de Mercadante para o governo e Marta Suplicy par ao Senado.

Lindberg Farias vence prévias no PT do Rio: após intensos debates, o PT fluminense realizou neste domingo, 28, prévias para a escolha do nome que o partido indicará para a disputa do Senado. Estavam disputando a indicação a ex-governadora Benedita da Silva e o prefeito de Nova Iguaço, Lindberg Farias. Com 67% dos votos, Lindberg venceu as prévias, sendo, assim, o indicado pelo PT para disputar a vaga ao Senado.

Vale lembrar que, segundo pesquisa Vox Populi divulgada na sexta-feira, 26, Lindberg tem 14% das intenções de voto para o Senado. Benedita aparecia na sua frente, com 31% das intenções de voto.

Datafolha mostra Alckmin liderando sucessão em SP: Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira mostra o tucano Geraldo Alckmin disparado na frente pela disputa do Palácio dos Bandeirantes. De acordo com o levantamento, realizado na semana passada, o ex-governador tem 53% das intenções de voto, isolando-o no primeiro lugar.

O Datafolha testou o nome de dois petistas para a disputa estadual: Eduardo Suplicy teve 19% das intenções de voto, enquanto Mercadante (que deverá ser o candidato do PT) tem 13% das intenções de voto. Alckmin declarou que deverá deixar a Secretaria de Desenvolvimento do Estado na próxima quinta-feira (1º), obedecendo as regras estipuladas pelo TSE.

PAC 2: A herança bendita do governo Lula



Ao contrário do governo FHC, que terminou em 2002 deixando uma “herança maldita” de inflação elevada, crescimento estagnado, alto índice de desemprego e pressões cambiais, o governo Lula deverá deixar para seu sucessor uma “herança bendita”, com o cenário macroeconômico estabilizado e uma tendência crescente de investimentos. Essa é idéia principal que norteou o lançamento do PAC 2, nesta segunda-feira, 29, em Brasília.

De acordo com a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, o PAC 2 “reforça não apenas o caráter de infra-estrutura física, mas de infraestrutura social”. Dessa maneira, Dilma destaca que o Estado comandado pelo PT deixou para trás a visão economicista que era predominante em governos anteriores, promovendo o planejamento, o investimento e o desenvolvimento com inclusão social.

Longe de ser um canteiro de obras ou uma lista de realizações, o PAC 2 é um instrumento bastante eficaz de redução das desigualdades sociais. Sobre o período tucano, a pré-candidata petista destacou que “era o Estado do não. Não tinha planejamento estratégico, não tinha aliança com o setor privado, não incrementou investimento público, não financiou investimento privado. Hoje, por tudo isto, podemos dizer que antes de ser um Estado mínimo, ele foi um Estado omisso."

Investimentos próximos a R$ 1 trilhão entre 2011-2014
Enquanto o governo FHC pautou-se pela estagnação e priorização de projetos que atendessem tão somente os interesses de poucos grupos, o governo Lula foi na contramão, fortalecendo o papel do Estado como indutor do investimento. Dilma, em seu discurso destacou que “o governo Lula, um governo do qual nos orgulhamos muito de fazer parte, não aceita outro caminho que não seja o do desenvolvimento com distribuição de renda”.

E disse ainda que os brasileiros não deixarão escapar de suas mãos esse projeto de Brasil construído pelo governo Lula. O PAC 2 deverá contar com investimentos públicos e privados da ordem de aproximadamente R$ 1 trilhão no período de 2011 a 2014. Esses recursos serão distribuídos em diversas áreas estratégicas e socialmente importantes, como projetos de habitação, saúde, educação e infra-estrutura, além de saneamento básico.

Somente na área de infra-estrutura, deverão ser investidos R$ 100 bilhões no período, para a melhora do sistema logístico do país, o que inclui obras e serviços em rodovias, portos, hidrovias, aeroportos e também ferrovias. Atenção especial também será dada à saúde e à educação, com a construção de novas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e também de aproximadamente 6 mil creches no período.

Assim, o governo que sucederá o presidente Lula encontrará um cenário excelente e propício aos investimentos, muito diferente daquele encontrado por Lula quando iniciou o seu governo. No lugar de inflação elevada, estagnação econômica e ambiente contrário ao investimento, o sucessor de Lula encontrará uma herança bendita de crescimento macroeconômico com inclusão social e ambiente altamente propício ao investimento e a um ciclo virtuoso de crescimento.

domingo, 28 de março de 2010

Datafolha: Lula bate recorde de popularidade



Faltando apenas nove meses para terminar o seu mandato, o Presidente Lula tem recorde de popularidade. Pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 24 e 25 deste mês e divulgada neste domingo, 28, revelam que o índice de aprovação do presidente Lula é de 76%, a maior marca já registrada por um Presidente da República desde 1990, quando o Datafolha iniciou o levantamento.

A pesquisa também mostra que deste total que avalia o governo Lula como ótimo ou bom, 33% declararam voto na pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Ou seja, existe um espaço muito grande ainda para Dilma crescer na arena eleitoral, capitalizando votos dessa parcela do eleitorado que avalia positivamente o governo Lula.

Segundo o levantamento do Datafolha, dos 87% que declararam conhecer bem Dilma Rousseff, apenas 58% sabem que ela é a candidata do presidente Lula. Isso significa dizer que a parcela que ainda não associa Dilma ao presidente Lula é grande e a partir do momento que a campanha ganhar as ruas, em julho, é bastante possível que, feita esta associação, a intenção de votos na petista cresça, levando-a à liderança.

No Rio, aprovação a Lula atinge 90%
O Instituto Vox Populi também divulgou pesquisa neste final de semana sobre as intenções de voto do eleitorado fluminense e a avaliação deste sobre o governo Lula. Neste sentido, levando-se em conta a parcela dos entrevistados que consideram o governo Lula ótimo (29%), bom (43%) e regular positivo (18%), pode-se constatar que a aprovação ao presidente Lula atinge a marca dos 90% no Estado do Rio de Janeiro.

Sobre a intenção de votos do eleitor fluminense para a Presidência da República, há um empate técnico entre Dilma e Serra. Enquanto a ministra aparece com 29% das intenções de voto, o tucano tem 28%. Ciro Gomes (PSB) aparece com 16% das intenções de voto, enquanto Marina Silva (PV) tem 9%. O melhor desempenho de Dilma ocorre na capital, onde ela tem 33% das intenções de voto, contra 20% de Serra.

Percebe-se, assim, que as pesquisas divulgadas neste final de semana mostram uma consolidação da candidatura Dilma junto ao eleitorado e também um cenário bem otimista, já que a tendência é que a popularidade do presidente Lula, bastante elevada, seja revertida em votos para a pré-candidata petista.

PSDB quer estender "operação mordaça" a FHC



Ao que tudo indica, as lideranças tucanas querem estender a “operação mordaça”, previamente aplicada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), nos diretores de escolas estaduais, ao ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Informações veiculadas na imprensa esta semana dão conta que o nome de FHC não consta na lista de oradores da cerimônia de lançamento da candidatura de Serra, no próximo dia 10 de abril, em Brasília.

O PSDB pretende, com isso, evitar que o eleitor associe diretamente o nome de Serra ao do ex-presidente, que deixou o governo, em 2002, com apenas 29% de aprovação. Para a cúpula tucana, a associação de Serra a FHC poderia provocar um desgaste da imagem do governador de São Paulo, já que a rejeição a Fernando Henrique Cardoso é grande. Além disso, uma maior exposição de FHC conduziria a campanha para um tom plebiscitário, exatamente o almejado pelo presidente Lula e que não é o pretendido pela oposição.

Cabe lembrar que em artigo publicado no dia 7 de fevereiro deste ano na Folha de São Paulo, FHC declarou que toparia uma comparação entre a gestão dele e a de Lula, o que deixou bastante preocupados os tucanos, já que estes sabem que uma comparação tende a beneficiar Dilma. No artigo, o ex-presidente diz que “se o lulismo quiser comparar sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer”.

FHC diz que o importante é a mensagem do candidato
Mesmo com a disposição de FHC em fazer as comparações entre seu governo e o governo Lula, o tucanato avalia que essa não é a melhor tática, podendo ser um grande tiro no pé e, por isso, os caciques do partido parecem querer “esconder” o ex-presidente, a fim de que suas declarações não causem maior dano à popularidade de Serra. Na sexta-feira, FHC afirmou a jornalistas que não participará do dia-a-dia da campanha de Serra.

Sobre o seu nome não constar na lista de oradores da cerimônia de lançamento da candidatura de Serra, FHC declarou que "(...) quando tem muitos oradores, eu prefiro não falar, não por nada, é só para não cansar mais. Eu acho que numa festa como essa o importante é a mensagem do candidato, os outros vão ser acólitos, eu inclusive, vou estar lá para bater palma. Se for o caso de eu falar, eu falo, mas a fala mesmo que eu quero ouvir é de Serra".

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, nega, contudo, que o PSDB queira esconder o ex-presidente. “Não acredito que isso [isolamento] vá acontecer. O presidente Fernando Henrique é um homem do qual todos nos orgulhamos. Não haveria o governo do presidente Lula se não tivesse havido o governo do presidente Fernando Henrique”, declarou Aécio.

Verdade seja dita: apesar das lideranças tucanas negarem, fica cada dia mais claro que o PSDB pretende deixar FHC fora dos holofotes nesta campanha. Afinal de contas, Serra já terá grandes dificuldades de vencer Dilma, que terá como “cabo eleitoral” ninguém menos que o presidente Lula, cuja popularidade supera os 80%. Assim, o que Serra definitivamente parece não querer é alguém como FHC, especialista em marcar gol contra!

sábado, 27 de março de 2010

Eleições 2010: final de semana de decisões para o PT do Maranhão e do Rio




O final de semana está sendo agitado em dois diretórios estaduais do Partido dos Trabalhadores. No Maranhão, o PT esteve reunido desde a noite de sexta-feira, 26, para definição da tática eleitoral deste ano no Estado, especialmente no que se refere à formação da chapa majoritária. No Rio de Janeiro, por sua vez, o Partido realizará no domingo, 28, prévias para escolha do candidato petista a uma das vagas ao Senado.

Tanto no PT maranhense quanto no fluminense, a disputa interna não significa menor união do Partido para fazer o enfrentamento à oposição demo-tucana. Nos dois diretórios, o discurso é unânime do que diz respeito à necessidade prioritária de eleger Dilma Presidente da República neste ano. Dessa maneira, feitas as prévias, o PT deverá sair coeso nos dois estados, de modo a garantir palanques fortes para Dilma tanto no Maranhão quanto no Rio.

Surpresa no Maranhão: ala pró-Flávio Dino vence
No Maranhão, a disputa ocorria entre duas teses. Uma defendia o apoio à candidatura de Flávio Dino (PCdoB), enquanto a outra, então favorita a vencer a disputa, defendia o apoio à candidatura de Roseana Sarney (PMDB). Após a realização de debates que se alongaram por todo este sábado, 27, os delegados do encontro realizaram uma votação aberta e para surpresa geral, a ala pró-Flávio Dino obteve o voto de 87 delegados, contra 85 votos da ala pro-Roseana, vencendo, assim, a disputa.

Com relação à tática para o Senado, aprovou-se no encontro que o PT disputará uma das vagas, sendo indicadas duas pré-candidaturas: a de Bira do Pindaré e Kleber Gomes. A escolha do candidato do Partido para a disputa ao Senado ocorrerá no próximo dia 21 de maio, em um novo encontro do PT estadual.

PT-RJ realiza prévias para escolha de candidato ao Senado
No Rio de Janeiro, por sua vez, o problema é menor, visto que o partido já definiu apoio à reeleição do atual governador Sérgio Cabral (PMDB). Neste sentido, no domingo, os filiados do PT-RJ irão às urnas para escolha do candidato que representará o partido na disputa pelo Senado. Existem dois pré-candidatos: a ex-governadora Benedita da Silva e o atual prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias.

Benedita tem um cenário de favoritismo, já que conta com o apoio de 7 dos 10 prefeitos petistas do Estado, além de um apoio maciço dos sindicatos. Vale destacar que, segundo pesquisa Vox Populi divulgada na sexta-feira, o nome de Benedita é mais competitivo que o de Lindberg, já que a ex-governadora aparece com 31% das intenções de voto para o Senado (empatada com César Maia, do DEM), enquanto o prefeito de Nova Iguaçu possui apenas 14% das intenções de voto.

Rumos da educação brasileira na próxima década em debate



Cerca de 5 mil pessoas, entre professores, gestores de políticas públicas, representantes de movimentos sociais, funcionários da educação, pais e alunos, iniciarão neste domingo, dia 28 de março, um amplo debate sobre o futuro da Educação no país. A Conferência Nacional de Educação (Conae), que ocorrerá até o dia 1º de abril em Brasília, tem como objetivo principal discutir e traçar as bases do Plano Nacional de Educação 2011-2020, que deve ser aprovado pelo Congresso Nacional até o final do ano.

As discussões terão início a partir de um documento base, que conta com 295 metas para a educação neste próximo período. Especialistas na área de educação e o próprio MEC (Ministério da Educação e Cultura) acreditam que essas metas devem ser enxugadas, a fim de que possam ser devidamente acompanhadas pela sociedade. As metas traçadas terão caráter qualitativo, quantitativo e orçamentário.

De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, “o Brasil está avançando tanto do ponto de vista quantitativo [mais acesso à educação] quanto do ponto de vista qualitativo. Temos que calibrar esses dois movimentos, mas, sobretudo, prover os recursos necessários para que elas [metas] sejam atingidas. Não adianta fixar metas irrealistas sem os meios necessários para que prefeitos e governadores possam atingi-las”.

Papel do Estado e qualidade social do ensino
Um dos temas que deverá ser amplamente discutido na Conae diz respeito ao papel do Estado na regulação e garantia do direito à educação, bem como a criação e acompanhamento de normas para a articulação entre os sistemas de ensino e a União. A idéia é que sejam debatidos mecanismos para uma qualidade social do ensino, com a ampla participação da população na construção de uma educação para todos.

O ministro Haddad pretende que o Plano Nacional de Educação incorpore as metas de qualidade traçadas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado pelo governo Lula em 2007. Um dos principais avanços deste plano refere-se à criação de um “termômetro” da qualidade da educação básica – o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Este índica varia de zero a dez e é atribuído para cada município e estado, havendo também uma média nacional.

Continuidade de políticas de educação profissional
Uma das preocupações da Conferência deve ser também a continuidade das políticas de educação profissional e tecnológica desenvolvidas pelo governo Lula. Neste sentido, cabe destacar que desde 2003 foram criadas mais de 1 milhão de novas vagas em instituições federais de ensino profissional e técnico, de forma que na próxima década espera-se ampliar consideravelmente esse número.

A atenção para alunos portadores de necessidades especiais também estará na pauta do encontro. De acordo com os educadores, a escola, por ser um espaço amplamente democrático, deve estar preparada e capacidade para receber e dar o devido acompanhamento aos alunos portadores de algum tipo de necessidade especial. Para ter acesso à programação da Conferência Nacional de Educação clique aqui.

Opinião: Somos todos iguais, braços dados ou não



Duas imagens: retratos de dois momentos históricos distintos, separados por mais de 40 anos, mas que parecem conter o mesmo espírito. A primeira, dos anos de chumbo, mostra a repressão violenta do Exército contra um jovem, taxado de comunista como tantos outros naqueles anos, por não concordar com a ditadura que reinava no país. A segunda, de 26 de março de 2010, mostra um professor carregando um PM ferido, em meio a uma violenta repressão da Polícia contra uma manifestação pacífica de professores em greve.

É impossível olhar essa segunda foto e não lembrar imediatamente dos versos de Geraldo Vandré, em uma das mais belas canções da música brasileira: “Pra não dizer que não falei das flores”: “Pelas ruas marchando indecisos cordões/Ainda fazem da flor seu mais forte refrão/E acreditam nas flores vencendo o canhão”. Na manifestação de março de 2010 poderia-se muito bem substituir a palavra “flor” pela palavra “caneta”, já que ali em frente ao Palácio dos Bandeirantes milhares de professores protestavam pacificamente por melhores salários.

Segundo estimativas da Apeoesp (Sindicato dos Professores) estavam ali 25 mil professores, pacificamente, reivindicado por seus direitos. Contudo, a PM logo entrou em choque com os manifestantes e, em meio ao tumulto, um fotógrafo da Agência Estado consegue esta foto: um professor ajudando a um soldado ferido. Um educador estendendo a mão a um semelhante, mostrando que "somos todos iguais, braços dados ou não" como também diz a letra de Vandré.

Repressão da PM de Serra contra os professores
E o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o que fez? Recebeu o comando de greve em seu gabinete, para ouvir as reivindicações e dialogar? Não, nada disso. Sabendo que o sindicato da categoria havia convocado esse ato, Serra, com a desculpa de inaugurar obras, fugiu para o interior de São Paulo. Virou as costas aos professores! E se não bastasse, a PM de Serra ainda agrediu violentamente os manifestantes, com bombas de efeito moral, gás de pimenta, cassetetes e escudos.

O saldo? Segundo informações da imprensa, 16 feridos, entre professores e policiais. E mesmo diante de tanta truculência, assessores de Serra dizem que o governador não dialogará com os professores enquanto estiverem em greve. Diálogo? Esta palavra simplesmente não consta no dicionário político do presidenciável tucano. Por outro lado, repressão, desrespeito e violência são verbetes constantes em sua cartilha.

Há quem diga que os manifestantes são baderneiros e vândalos. Não, não são. São pais e mães de família, filhos de tantas mães e tantos pais, são esposas, maridos, irmãos, que estão exercendo seus direitos e lutando por respeito e dignidade na profissão que escolheram. Que estas cenas não saiam da cabeça da população brasileira, que este ano novamente exercerá sua vontade soberana e elegerá um novo presidente para o Brasil. Será que um candidato que permite que seu governo trate assim os trabalhadores, merece ser Presidente?

sexta-feira, 26 de março de 2010

Petiscos do dia - 26 de março



Professores municipais de SP fazem assembléia: Enquanto a greve dos professores estaduais já completa sua terceira semana, na tarde desta sexta-feira, 26, foi a vez dos professores da rede municipal de São Paulo fazerem uma assembléia na sede do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais de Educação Municipal de SP) para discutir uma paralisação.

Entre as reivindicações da categoria estão aumento real de 34% dos salários, redução do número de alunos por sala, piso salarial maior ou igual ao fixado pelo Dieese e alteração da lei salarial, para que seja aplicado o percentual mínimo de receitas correntes destinados às despesas com pessoal.

Professores estaduais fazem nova manifestação: Apesar da chuva que caiu na capital nesta tarde, professores da rede estadual de ensino se reuniram em frente ao Palácio dos Bandeirantes para uma nova manifestação por melhores salários e mudança na política de educação no Estado. A Apeoesp (Sindicato dos Professores) esperava reunir cerca e 100 mil professores na porta do Palácio.

Vale lembrar que até hoje o comando de greve não teve nenhuma das audiências públicas solicitadas com o secretário estadual de Educação, Paulo Renato de Souza, atendidas. O governo Serra tem se mostrado hostil ao diálogo, caracterizando a greve como política e tentando minimiza-la. Essa semana, quatro professores foram presos pela PM de Serra durante uma manifestação que faziam em um ato público no qual estava presente o governador.

Lula diz que Dilma pode ter dificuldades na Bahia: Em entrevista a emissoras de rádio da Bahia nesta sexta-feira, o presidente Lula declarou que a grande rivalidade no Estado entre o atual governador e candidato à reeleição, Jacques Wagner (PT), e o pré-candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima, pode colocar a pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, em situação complicada.

"Eu sei que essas divergências vão me causar problemas, mas a política tem dessas coisas, tem imprevistos. Vai ser difícil. Mas muito mais dificuldade vai ter a minha candidata, que vai estar nos palanques”, declarou Lula aos jornalistas. Lula também reiterou as críticas ao fim da CPMF, assim como fez em evento no interior de São Paulo na manhã de quinta-feira.

El País traz reportagem sobre candidatura de Serra: Em matéria desta sexta-feira, o jornal espanhol El País fala sobre o lançamento da candidatura de Serra, marcado para acontecer em evento no próximo dia 10 de abril. Segundo o jornal, “Serra chegou a deixar tenso o seu partido, por não ter revelado até então sua decisão de enfrentar a poderosa candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff”.

O El País ainda pontua que a decisão de Serra não seria fácil. “[Serra] já havia enfrentado Lula em 2002 e perdeu no segundo turno. Se for derrotado desta vez, terá que deixar a vida política”. O jornal ainda diz que: “o PSDB já está enviando os convites para o lançamento da candidatura de Serra, dia 10 em Brasília, mas não se tratará de um evento de massas”. Até o El País já sabe que os tucanos não são lá muito íntimos das grandes massas.

Kassab ataca relatório da ONU que elogia política habitacional da gestão Marta

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), demonstra cada dia mais que não aceita receber críticas. Após um estudo da ONU, intitulado de “São Paulo: um conto de duas cidades”, e que seria divulgado nesta semana durante o 5º Fórum Mundial das Cidades, que ocorre no Rio de Janeiro, enaltecer políticas habitacionais da ex-prefeita Marta Suplicy (PT), a Prefeitura de SP entrou com recurso para impedir a divulgação do estudo.

De acordo com informações da Folha de São Paulo, além de elogiar a atuação da gestão Marta na área habitacional, o documento expressa inúmeras críticas, sem citar nomes, aos sucessores da petista na prefeitura: José Serra (PSDB) e Kassab (DEM). Após ler o documento, a superintendente de habitação popular da Prefeitura de SP, Elizabete França, enviou um e-mail ao chefe do setor de pesquisas da UN-Habitat, Eduardo Moreno, criticando o documento e o acusando de viés político.

Gestão Marta marcou uma era na política habitacional
No texto do relatório da ONU estava escrito que a gestão Marta “marcou uma importante era na política habitacional de São Paulo”, destacando, sobretudo, a criação das Zonas Especiais de Interesse Social, o programa Bairro Legal e os CÉUS (Centros Educacionais Unificados). O texto também diz que os sucessores de Marta não deram continuidade ao excelente trabalho que foi iniciado pela petista.

Além disso, o relatório afirma que segundo especialistas consultados, “as autoridades municipais não estão cientes ou comprometidas com a melhoria das condições de vida em cortiços e favelas”. Sobre a reclamação feita pela Prefeitura de SP, Eduardo Moreno negou que haja qualquer viés ideológico ou político no mesmo, já que o documento foi elaborado a partir de fatos analisados por um grupo de pesquisadores e compilados por uma analista independente, o britânico Christopher Horwood.

Percebe-se, em toda essa história, que além de não dar continuidade aos excelentes programas que foram desenvolvidos por Marta Suplicy quando esta esteve à frente da Prefeitura de SP, a gestão Kassab ainda cria implicâncias quando uma instituição internacional como a ONU reconhece os avanços na gestão petista e critica a atual administração por não desenvolver programas à altura nem dar continuidade àqueles que já existiam.

Rio: Benedita é mais competitiva que Lindberg para disputa do Senado, revela Vox Populi


A disputa pelas duas vagas ao Senado no Estado do Rio de Janeiro segue acirrada, segundo levantamento feito pelo Vox Populi sob encomenda do jornal O Dia, divulgado nesta sexta-feira, 26. Neste sentido, três pré-candidatos aparecem tecnicamente empatados: o atual senador Marcelo Crivella (PRB), o ex-prefeito César Maia (DEM) e a ex-governadora Benedita da Silva (PT).

No questionamento sobre para quem o eleitor daria o primeiro voto, Crivella tem 22%, César Maia tem 19% e Benedita 18%. Indagados sobre o segundo voto, 15% dos entrevistados declararam intenção de votar em Crivella, 13% em Benedita e 12% em César Maia. Se somarmos as intenções de voto de ambas as questões, teremos Crivella com 37% e César Maia e Benedita da Silva com 31% cada um.

Benedita deve ter mais votos que Lindberg
Os números do Vox Populi também mostram que a candidatura de Benedita da Silva é mais viável que a candidatura do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias. Ambos disputam a indicação pelo PT a uma das vagas ao Senado. No próximo domingo, 28 de março, serão realizadas prévias do PT fluminense para a escolha do candidato que representará o Partido dos Trabalhadores na disputa pelo Senado.

Enquanto Benedita aparece como um nome bastante competitivo para o Senado, Lindberg tem um fraco desempenho junto aos eleitores, quando analisamos os números do levantamento. Na pergunta feita pelo instituto sobre o primeiro voto para o Senado, o nome de Lindberg aparece na 4ª colocação, com 6% das intenções de voto. No questionamento sobre a segunda vaga, Lindberg aparece também em 4º lugar, com 8%.

Dessa maneira, enquanto Benedita possui 31% das intenções de voto, o prefeito de Nova Iguaçu aparece apenas com 14%, mostrando, assim, que a candidatura de Benedita tem mais potencial que a candidatura de Lindberg ao Senado.Vale lembrar que a pesquisa foi feita entre os dias 20 e 22 de março, tendo ouvido 1000 pessoas tanto na capital quanto em 29 municípios da Região Metropolitana e interior. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais.

Vox Populi confirma favoritismo de Cabral na disputa pelo governo do Rio



A candidatura do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), à reeleição ao Palácio Guanabara vem ganhando mais força e acenando para um favoritismo em relação aos concorrentes. Pesquisa Vox Populi divulgada nesta sexta-feira, 26, mostra que Cabral lidera, com 38% das intenções de voto. Em relação à pesquisa feita em janeiro deste ano, o governador do Rio permanece inalterado em sua intenção de votos.

O ex-governador Anthony Garotinho (PR) figura em segundo lugar, com 20% das intenções de voto, tecnicamente empatado com o candidato Fernando Gabeira (PV), que tem 18%. As intenções de voto de Garotinho e Gabeira também ficaram inalteradas em relação ao levantamento feito no início deste ano. De acordo com a pesquisa, 15% dos entrevistados declaram voto branco ou nulo, enquanto 9% não souberam ou não quiseram opinar.

Cabral lidera também no 2º turno
Nas simulações de segundo turno, Cabral também tem o melhor desempenho. Em um eventual segundo turno com Garotinho, Cabral tem 45% das intenções de voto, contra 24% do ex-governador. Neste cenário, 21% dos entrevistados declararam voto em branco ou nulo, enquanto 10% não souberam ou não quiseram opinar.

Caso o confronto seja entre Cabral e Gabeira, o desempenho do atual governador fica ainda melhor, atingindo 50% das intenções de voto, contra 21% do candidato verde. O índice de votos brancos e nulos neste cenário é de 19%, contra 10% dos entrevistados que não souberam ou não quiseram opinar.

A situação de Sérgio Cabral fica melhor ainda quando analisamos os índices de rejeição. Neste campo, o governador possui a menor rejeição dentre todos os candidatos, com 9%. No outro extremo, com a maior rejeição, encontra-se o ex-governador Anthony Garotinho, com 32%, enquanto Gabeira aparece com 22% dos entrevistados declarando que não votariam nele de jeito nenhum.

Fortalecimento da candidatura governista
Os números do Vox Populi mostram que a candidatura de Sérgio Cabral à reeleição, apoiada pelo presidente Lula, vem se mantendo como favorita na disputa pelo Palácio Guanabara. Além de ser uma boa notícia para Cabral, a notícia também é excelente para o Planalto, já que Cabral será o principal palanque de Dilma no Rio de Janeiro.

Vale lembrar que a ministra também contará com o apoio do ex-governador Anthony Garotinho: ou seja, a candidatura governista ao Planalto possui os dois mais fortes palanques no Estado do Rio. Em contrapartida, os números não são nada bons para a oposição, já que a candidatura de Gabeira, apoiada pelo coalização demo-tucana, de José Serra, não decola.

O Estado do Rio é o terceiro maior colégio eleitoral do país, ficando atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, e por isso tem um impacto considerável na disputa nacional. Sobre a pesquisa, o Vox Populi entrevistou 1000 pessoas, tanto na capital quanto em 29 municípios da região metropolitana e interior, entre os dias 20 e 22 de março. A margem de erro dessa pesquisa é de 3,1 pontos percentuais.

Governo Lula promove ascensão social generalizada e reduz desigualdade



Nem o mais ferrenho opositor tem como negar os avanços sociais registrados no Brasil ao longo do governo Lula. A execução de políticas sociais de transferência de renda e também de políticas emancipatórias permitiram uma redução das desigualdades sociais no país, sem, contudo, que as classes mais altas perdessem seu poder de compra. Ou seja, a redução da desigualdade não ocorreu pelo fato da classe média ter ficado “mais pobre”, mas sim pelo fato dos mais pobres terem ascendido à classe média.

Entre 2003 e 2008, o índice de Gini, que mede o grau de desigualdade social em um país, passou de 0,581 para 0,544. Note-se que quanto maior este coeficiente, maior é a dimensão da desigualdade. Ou seja, o recuo do índice de Gini mostra claramente que houve uma redução da desigualdade social, que pode ser explicada, além das políticas de transferência de renda, pela política de valorização do salário mínimo implementada pelo governo Lula no período.

Para se ter uma idéia, entre janeiro de 2003 e fevereiro de 2010, o salário mínimo nominal teve uma valorização de 155%. Quando descontamos a inflação medida pelo INPC, temos o salário mínimo real, que teve valorização no mesmo período de 74%.Vale lembrar que o salário mínimo é referência para o piso de remuneração de todos os trabalhadores, aposentados e beneficiários da Previdência.

Pobreza diminui e classe média avança
Com a política social desenvolvida pelo governo Lula, nada menos que 24 milhões de brasileiros deixaram de viver em situação de pobreza (renda per capita familiar de até meio salário mínimo). De acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar), o percentual da população pobre caiu de 42,7% em 2003 para 28,8% em 2008. Em termos absolutos, no início do governo Lula eram 77,8 milhões de brasileiros em situação de pobreza, enquanto em 2008 eram 53,7 milhões.

A diminuição da pobreza teve como impacto direto o crescimento da Classe C, que hoje representa maioria da população brasileira, com sua participação tendo passado de 43% em 2003 para 53,6% em 2009, segundo dados da FGV. Mesmo com a crise internacional, os estratos de maior renda não perderam participação: as classes A e B representavam, em 2003, 10,7% da população brasileira. Em 2009, a participação desse segmento era de 15,6%.

Nota-se claramente que a sociedade brasileira como um todo registrou uma substancial melhora durante o governo Lula. Não somente reduziu-se a pobreza como também ampliou-se a participação tanto da classe média quanto das classes mais altas. Pode-se dizer que houve uma ascensão social generalizada no país, beneficiada pelos programas sociais do governo Lula e também pelo crescimento do emprego formal no período.

Alemanha e França assinam acordo de ajuda financeira à Grécia

Foto: Yves Herman/Reuters

Após vários dias de negociações, França e Alemanha chegaram a um acordo na quinta-feira, 25, para ajuda financeira à Grécia, pais que vem passando por inúmeras dificuldades advindas, sobretudo, da crise financeira do ano passado. O acordo celebrado entre a Chanceler alemã, Ângela Merkel, e o Presidente francês, Nilolas Sarkozy, prevê uma intervenção do FMI (Fundo Monetário Internacional) e empréstimos bilaterais de países da Zona do Euro.

De acordo com o jornal francês Le Monde, o acordo franco-alemão não especificou o aporte que caberá à Zona do Euro e o que caberá ao FMI. Especula-se, contudo, que os países da Zona do Euro custeariam aproximadamente dois terços do plano de ajuda, ficando o terço restante a cargo do FMI. Apesar de não terem sido divulgadas cifras, estima-se que o plano de ajuda chegue a 30 bilhões de euros.

FMI fará primeiro aporte de recursos para Grécia
A primeira intervenção deve ser feita pelo FMI, que já possui recursos financeiros para isso. Após esse aporte inicial do Fundo, os países da Zona do Euro, mediante inúmeras condições impostas pelo Conselho Europeu e pelo Banco Central Europeu (BCE), concederiam os empréstimos bilaterais. Esse “cronograma” de aportes foi uma das condições impostas pela chanceler Merkel para assinar o acordo com a França.

Vale destacar que desde que foi criada a Zona do Euro, em 1999, essa é a primeira vez que o FMI intervém na região. O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, declarou que está satisfeito com o acordo, destacando, contudo, que os países membros da Zona do Euro devem tomar cuidado para não deixarem de lado suas responsabilidades, apoiando-se no fato da presença do FMI na região.

Interesses da Alemanha e França
De qualquer forma, é importante destacar que o plano de ajuda franco-alemão assinado na quinta-feira é crucial não somente para a Grécia, mas também para a própria Alemanha e França, Isto porque, de acordo com informações do jornal espanhol El País, a Grécia possui hoje no mercado 300 bilhões de euros em títulos públicos. Deste total, 59 bilhões estão em mãos de bancos franceses (quase 20% do total de bônus).

Cerca de 30 bilhões em títulos públicos gregos encontram-se, por sua vez, nas mãos de bancos alemães, podendo essa quantia chegar a 43 bilhões de euros se forem acrescentados à conta outros tipos de instrumentos financeiros. Percebe-se, dessa maneira, que o custo total do plano, estimado em 30 bilhões de euros, vai sair relativamente barato à Alemanha e França, pois caso a Grécia “quebrasse”, esses dois países seriam amplamente prejudicados.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Expansão do investimento deve impulsionar PIB em 2010, aponta Ipea

Passados os efeitos da crise, a economia brasileira deve apresentar crescimento vigoroso este ano. É o que aponta o Sensor Econômico, divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas) nesta quinta-feira, 25 de março. De acordo com a mediana das projeções do setor produtivo, o PIB brasileiro deve registrar um crescimento de 5,2% em 2010.

Esse bom desempenho do PIB deve ser impulsionado, sobretudo, pela expansão do nível de investimento privado (formação bruta de capital fixo), que deve ficar na casa dos 12,1%, segundo o documento do Ipea. É importante destacar o investimento é o principal indicador de confiança do setor produtivo na economia: um nível de crescimento desta magnitude revela que os empresários estão confiantes no cenário econômico.


Mais empregos e inflação sob controle
A elevação do investimento ocorre, neste sentido, paralelamente a um crescimento do nível de emprego. As projeções coletadas pelo Ipea apontam para a criação de 1,5 milhão de novas vagas de emprego formal, mostrando o quanto o setor produtivo encontra-se otimista com o cenário econômico. Ou seja: as firmas devem ampliar mais o seu capital fixo e elevar também o número de contratações.

Este crescimento, impulsionado pelos maiores investimentos e pela criação de novos postos de trabalho, deve se dar de uma forma sustentável, sem ocasionar repiques inflacionários. De acordo com o Sensor Econômico, a mediana das expectativas do setor produtivo aponta para uma inflação medida pelo IPCA de 4,7% em 2010, o que representa um nível bastante satisfatório.

Excelente desempenho do setor externo
O setor externo também deve apresentar um bom desempenho, com as exportações atingindo US$ 170 bilhões em 2010. Enquanto isso, as importações deverão somar US$ 155 bilhões neste ano, de acordo com as expectativas. Com isso, considerando as medianas dos agentes do setor produtivo, a balança comercial brasileira deve encerrar 2010 com superávit de US$ 15 bilhões.

A taxa de câmbio, por sua vez, deverá encerrar o ano em R$ 1,89 por dólar, apontam as projeções. Percebe-se, dessa maneira, que o cenário econômico deve ser muito bom neste ano e que o setor produtivo aposta em um melhor desempenho da economia brasileira do que o registrado em 2009. Isso mostra que a condução da política macroeconômica pelo governo federal está sendo acertada.

Sobre o Sensor Econômico
O Sensor Econômico, pesquisa feita pelo IPEA nos meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro, expressa o que prevê para a conjuntura macroeconômica entidades que se caracterizam como de indústria, de comércio, de serviços e de agropecuária. Também respondem à pesquisa algumas entidades de trabalhadores e uns poucos institutos e centros de estudos setoriais.

Participam da pesquisa 85 entidades. As entidades fornecem projeções para o comportamento no ano corrente das principais variáveis macroeconômicas, como o PIB, inflação e emprego.

Petiscos do dia - 25 de março

Confira o que foi destaque nesta quinta-feira:


Em evento, Serra faz crítica, mas leva o troco de Lula: em um evento para entrega de ambulâncias em Tatuí, interior de SP, o governador José Serra (PSDB) destacou que é necessário haver uma melhora da saúde pública no país. Pelo visto, Serra esqueceu-se de que boa parte da verba do SUS que o estado de SP recebe está aplicada no mercado financeiro, rendendo juros para ajudar no equilíbrio fiscal do Estado. O tucano precisa urgentemente de um remédio para memória.

O bom foi que Serra teve que ouvir o presidente Lula falando sobre as manobras que a oposição fez em 2007 no Senado para colocar fim à CPMF. Lula destacou que parte dos R$ 40 bilhões anuais que eram arrecadados com o imposto eram destinados à saúde. "Fiquei muito magoado e ofendido quando a minha oposição no Senado derrubou a CPMF. Eu não conheço um empresário no Brasil que reduziu do custo do seu produto 0,38 por cento, que é o que a gente pagava no cheque", declarou Lula.

Lula e Dilma entregam casas populares em Osasco: após saírem de Tatuí, o presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foram para Osasco, onde participaram da entrega da 1ª etapa do PAC de Habitação e Saneamento da Vila Vicentina, em Osasco. Foram investidos pelo governo Lula R$ 12,9 milhões na construção de 178 moradias populares, das quais 72 já foram entregues no ano passado.

Além da construção das casas populares, os recursos foram utilizados para pavimentação das ruas da Vila Vicentina e construção de uma rede de saneamento básico no local, contando com galerias pluviais para drenagem das águas e também canalização do córrego.

Eleição para governador-tampão do DF já tem data: a Assembléia Legislativa do Distrito Federal divulgou nesta quinta-feira a data para a realização da eleição indireta para escolha do novo governador do DF: 17 de abril. O novo GDF, que tomará posse em 19 de abril, terá mandado até o dia 31 de dezembro deste ano, já que no dia 1º de janeiro de 2011 tomam posse os eleitos no pleito de outubro próximo.

A inscrição das chapas para a eleição indireta do DF ocorra até o dia 7 de abril. A escolha do novo governador e vice será feita pelos 24 deputados distritais em votação aberta. O documento publicado pela Mesa Diretora da Casa afirma que a eleição será indireta pelo "momento político institucional singular porque passa o DF e necessidade de máxima transparência no encaminhamento de soluções para regularidade institucional".

Rua mais famosa do pais completa 145 anos: A data hoje é de festa em uma das ruas mais conhecidas no Brasil: a Rua 25 de março, em São Paulo, famosa por seus comércios populares. A 25, como é conhecida, surgiu em 1865, no lugar da Rua de Baixo. Inicialmente, a região era uma área portuária, já que era utilizada para escoar mercadorias através dos rios Tamanduateí e Anhangabaú.

No início do século 20, após as obras da canalização, a região começa a atrair o comércio popular. Atualmente, em proximidades de datas comemorativas, a rua chega a atrair 1 milhão de pessoas. Em homenagem aos 145 anos da rua, o economista Lineu Francisco de Oliveira lançará um livro chamado "Mascates e Sacoleiros" (Scortecci Editora). As informações são da Agência Estado.

José Genoíno: Os professores e o antiLula


A greve dos professores paulistas está expondo para todos que querem ver, aquilo que os militantes e lideranças dos mais diversos setores sabem há muito tempo: para além da concepção programática, da visão de Brasil e de mundo, do alinhamento ideológico, há um antagonismo radical entre a nossa forma de tratar os movimentos sociais e a dos tucanos, representados pelo governador Serra. Um movimento que mobiliza milhares, que já fez 2 assembleias com mais de 30 mil professores e que há 1 mês está em greve, com plenárias e passeatas é um movimento que, para o governador de São Paulo não “significa nada”. Foi com o propósito de chamar a atenção para esta diferença polar que subi na tribuna da Câmara na última terça-feira, 23.

Em meu entender, essa declaração comprova o desprezo, a visão elitista de não considerar como elemento fundamental para o processo democrático a pressão e a participação popular. Até porque, o movimento dos docentes paulistas representa muito mais do que descontentamento. Este movimento reivindicativo expõe, na verdade, a impiedosa crise que a educação em São Paulo vive, cujos índices de qualidade estão na lanterninha entre os estados brasileiros.

Algo semelhante aconteceu com a greve da Polícia Civil, que acabou sendo tratada de maneira equivocada e autoritária provocando conflito entre a Polícia Militar e a Polícia Civil. O mesmo ocorreu com os movimentos pela reforma agrária, particularmente o MST. O governo Serra os trata igualmente como uma questão de polícia e repressão. Na visão tucana, os conflitos no campo se resolvem a partir de cercos aos assentamentos e acampamentos, mandados de busca e apreensão e até com prisão de militantes do MST. Passados 25 anos dos acontecimentos de Leme, eles continuam agindo da mesma forma. Da mesma forma, há uma relação direta entre a forma como o governo FHC tratou a greve dos petroleiros e o desprezo de Serra ao movimento grevista dos professores.

Ora, a relação com os movimentos sociais é um elemento fundamental no processo democrático, que se expressa através das eleições e participação da sociedade organizada por meio dos seus instrumentos e de mecanismos de pressão. Portanto, é absolutamente correto afirmar que a atitude de Serra, futuro candidato à Presidência da República, em relação aos movimentos sociais encontra-se numa posição absolutamente contrária, antagônica à do Governo do Presidente Lula. Nosso governo entende a greve como um direito dos trabalhadores, negocia com os grevistas, dialoga com os movimentos sociais e tem uma postura de respeito e de reconhecimento da legitimidade dos movimentos sociais organizados.

Apontar esta diferença é fundamental nesta discussão pré-eleitoral, em que se dá as polarizações de projetos, de atitudes políticas, de relações políticas. Até porque, não é por acaso que as áreas mais críticas do Governo do Estado de São Paulo são a segurança pública, que enfrenta uma crise com o aumento da criminalidade, os baixos salários tanto da Polícia Civil, como da Polícia Militar, e a educação, cuja falência está estampada no movimento dos professores do Estado de São Paulo.

Para concluir, manifesto, mais uma vez, minha solidariedade e meu apoio à luta dos professores paulistas. Sua pauta de reivindicação é justa e legítima. Devemos continuar insistindo para que as autoridades do Governo do Estado de São Paulo negociem respeitosamente com os grevistas e não com esta visão elitista, autoritária e arrogante. Que não ve nenhum significado numa greve de professores, conforme afirmou o governador José Serra.

Por isso queremos fazer essa diferença, fixar essa diferença antagônica na maneira de governar, de se relacionar com os movimentos sociais, de se relacionar com a sociedade organizada.

E por isso afirmo que este episódio é mais um a demonstrar que, mesmo criando uma série de dissimulações, Serra é a tradução perfeita do antiLula.

Abraços

José Genoino
José Genoíno é deputado federal pelo PT-SP e membro fundador do Partido dos Trabalhadores.

Política externa de Lula contribui para protagonismo internacional do país



Nossa política externa não é simplesmente um elemento decorativo ou um bibelô na vitrine do governo, mas é um elemento consubstancial em nosso projeto de desenvolvimento nacional”. Essa foi a visão defendida pelo assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, em um debate realizado no Rio de Janeiro nesta semana.

De acordo com Marco Aurélio Garcia, a política externa do governo Lula insere-se em um projeto mais amplo, o de desenvolvimento nacional do país. Neste sentido, Garcia destaca o fato de que o Brasil está cada vez mais assumindo o seu protagonismo no cenário internacional, diferentemente de outras épocas, em que o país se “acanhava” diante das grandes questões mundiais.

Busca de novas relações multilaterais
Essa maior presença do Brasil na cena internacional ocorre, sobretudo, através da busca de novos parceiros, tanto na América do Sul, quanto na África e também na Ásia. O assessor questiona: “nesse mundo que está em modificação, nós queremos ter uma relação forte com os países da África, da Ásia e do mundo árabe ou nós queremos ficar presos às nossas velhas fidelidades com os EUA e a Europa?”.

E algo importante que foi destacado por Marco Aurélio Garcia: a busca de novas parcerias não significa uma ruptura com Estados Unidos e Europa, tanto que durante todo o período do governo Lula as relações com os países desenvolvidos foram excelentes. Garcia pontua que é extremamente importante a presença do Brasil na discussão dos principais temas da humanidade, como tem acontecido desde o início do governo Lula, quando o país se posicionou contrário à Guerra do Iraque.

O esforço do governo para uma política de integração sul-americana também foi defendido por Garcia: “É importante ou não ter essa política? Ou nós queremos ser uma ilha de prosperidade em meio a um oceano de desigualdades? Esse é um tema fundamental. No mundo multipolar que se está constituindo, nós queremos aparecer sozinhos ou na excelente companhia dos países vizinhos?”.

Cenário econômico favoreceu prestígio do país
Um dos fatores que beneficiaram bastante a visibilidade do Brasil no cenário externo, na ótica de Marco Aurélio Garcia, foi a estabilidade econômica conquistada pelo governo Lula. De fato, a política de desenvolvimento econômico com inclusão social, desenvolvida nestes oito anos, colocou o país em uma trajetória virtuosa de crescimento, ampliando, inclusive, o seu prestígio internacional.

Tanto que nos dias de hoje, o Brasil é sempre lembrado como um dos países mais estáveis do mundo e a liderança do presidente Lula neste processo é amplamente reconhecida na comunidade internacional. Para Garcia, essa nova política externa que vem sendo desenvolvida no governo Lula “não é uma forma simplesmente de projetar o Brasil no mundo, mas também de projetar o mundo no Brasil”.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Petiscos do dia - 24 de março

Confira o que foi destaque nesta quarta-feira:


PM de Serra reprime manifestação de professores: Na tarde desta quarta-feira, 24, a Polícia Militar usou gás de pimenta, cassetetes e escudos para reprimir um grupo de professores que realizavam uma manifestação durante um ato em que estava presente José Serra (PSDB), em Franco da Rocha, Grande São Paulo. De acordo com informações do Estadão, foram presos três professores, que podem ser indiciados por desacato à autoridade e perturbação da ordem.

É no mínimo revoltante que aconteça esse tipo de coisa. Até quando o governo Serra utilizará métodos ditatoriais para reprimir reivindicações legítimas dos servidores estaduais? Lembrando que na audiência pública que foi realizada na terça-feira, 23, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), nem o vice-líder do governo apareceu. É assim que Serra dialoga!

Público grita nome de “Dilma” durante discurso de Lula: Durante um discurso feito na manhã dessa quarta-feira, na abertura do programa “Territórios da Cidadania”, em Brasília, o presidente Lula foi interrompido pelos gritos de “Dilma! Dilma!” vindo do público. Lula disse: "Eu não posso dizer quem vai ser (o próximo presidente), apesar de, na minha cabeça eu ter consciência do que vai acontecer neste ano".

Logo depois, o presidente Lula destacou que parte da imprensa brasileira age de má-fé por não noticiar os avanços sociais que têm sido feitos no Brasil. O presidente ressaltou que a mídia gosta de explorar apenas os pontos negativos, ocultando da população os feitos do governo.

Cinco partidos de oposição fecham apoio a Mercadante em SP: Na tarde de terça-feira, 23, o presidente do PT-SP, Edinho Silva, se encontrou com representantes de cinco partidos de oposição ao governo Serra em São Paulo: PCdoB, PDT, PRB, PPL e PR. O tema central do encontro foi a costura de uma aliança em torno de um projeto de governo alternativo para o estado de São Paulo.

Os partidos fecharam apoio ao nome do senador Aloízio Mercadante para a disputa do Palácio dos Bandeirantes. O PDT deverá indicar o vice. Para o Senado, a coligação lançará os nomes da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) e do vereador Netinho de Paula (PCdoB).

PSDB e DEM lançam candidatura de Alckmin ao governo de SP: Após a desistência do secretário da Casa Civil de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, de disputar a vaga pelo Palácio dos Bandeirantes, a pedido do próprio Serra, fica praticamente oficializada a candidatura de Geraldo Alckmin para governador. O vice deverá ser o demo Afif Domingos.

De acordo com informações da Folha de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira irá disputar uma vaga ao Senado, fazendo dobradinha com o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), que também tenta o Senado. Os demo-tucanos só terão que tirar do caminho José Aníbal, que também pleiteia uma das vagas. Segundo a imprensa, a tarefa de convencer Aníbal a desistir da candidatura teria ficado a cargo do próprio Alckmin.

Lula acerta em cheio: imprensa brasileira age de má-fé



Que a suposta imparcialidade da imprensa não passa de um mito, já não é mais novidade para ninguém. Agora, não seria motivo de questionamento o fato de muitos veículos de imprensa explorarem apenas pautas negativas para um determinado lado, valendo-se inclusive da criação de inúmeros factóides? Não podemos chamar de anti-ético o comportamento de jornais, revistas e canais de TV aberta que ocultam os vários pontos positivos do grupo que tanto atacam?

Pois bem, essa prática é bastante recorrente no Brasil: de um lado, os grandes veículos da imprensa, como Folha de São Paulo, Estadão, Veja, Rede Globo; do outro lado, o governo Lula, o Partido dos Trabalhadores, os movimentos sociais. Basta abrir os jornais pela manhã e checar a predileção desses canais de mídia por notícias contrárias ao governo que tanto atacam, ocultando da população fatos importantes e até mesmo falhas graves dos partidos políticos que essa mesma imprensa acoberta.

Imprensa age de má fé
Chamando a atenção da população para isso, o presidente Lula destacou, nesta quarta-feira (24), essas atitudes da imprensa brasileira, que só podem ser justificadas, como ele bem disse, por uma “má-fé”. "O estudante que daqui a 30 anos for ler determinados tabloides vai estar estudando mentiras, quando poderia estar estudando a verdade. Quando o cidadão quer ser de má-fé, não tem jeito", disse o presidente Lula.

O presidente ainda destacou: "Eu levanto de manhã, vejo manchetes e fico triste. Acabei de inaugurar 2.000 casas, não sai uma nota. Caiu um barraco, tem manchete. É uma predileção pela desgraça. É triste quando a pessoa tem dois olhos bons e não quer enxergar. Quando a pessoa tem direito de escrever a coisa certa e escreve a coisa errada. É triste, melancólico, para um governo republicano como o nosso".

Tão logo Lula fez esse discurso, a mídia, essa mesma que o presidente criticou, já repercutiu em suas páginas: “Lula ataca duramente a imprensa”. Ataque? Será que realmente podemos chamar isso de ataque? O presidente simplesmente alertou a população para uma prática corriqueira e anti-ética da grande mídia, que está a serviço da direita, do conservadorismo e do status quo.

Grande imprensa já declarou seu lado
Se o que Lula estivesse falando fosse uma inverdade, seria até compreensível a imprensa qualificar de ataque. O fato é que o discurso de Lula é a mais pura realidade. Ao longo destes anos, a grande mídia tem tratado o presidente com preconceito, tem procurado desconstruir as lutas dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda. O que antes era um apoio velado à direita, agora já é um apoio escancarado.

Tanto que no tal Fórum pela Democracia e Liberdade, realizado no começo de março em São Paulo por grupos da grande mídia, o jornalista Arnaldo Jabor já declarava que a imprensa tinha que assumir o seu lado e não deixar que Dilma ganhasse a eleição presidencial. Existe prova mais cabal do que essa de que esses meios de comunicação estão a serviço das elites? E cá pra nós, a discussão não é nem essa, já que dentro de uma democracia cada meio de comunicação pode apoiar quem bem entender.

Estamos falando aqui de ética profissional: porque a cobertura jornalística não fala dos programas sociais do governo Lula, que tanto têm beneficiado a população mais pobre? Porque esses jornais, revistas, canais de TV fazem de conta que a greve dos professores não existe em São Paulo? As perguntas são muitas, mas a resposta é única e foi dada corretamente pelo presidente Lula nesta manhã: má fé da impresa.