A segunda vitória de Francisco Everardo Oliveira Silva – ou Tiririca, como ficou nacionalmente conhecido desde os anos 90 – foi conquistada nesta quinta-feira, 11 de novembro, junto ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, onde o deputado eleito passou por uma avaliação com o intuito de verificar sua alfabetização. Após ter sido eleito no último dia 3 de outubro com mais de 1,3 milhão de votos para o cargo de Deputado Federal, Tiririca passou a ser vítima de uma onda de boatos que colocavam em xeque sua capacidade de ler e escrever.
Alvo de denúncias veiculadas em jornais e revistas, Tiririca chegou a ser acusado até mesmo de falsidade ideológica, já que a onda incessante de boatos dava conta que a declaração escrita a próprio punho pelo candidato, que atestava sua alfabetização, não tinha sido, na realidade, escrita por ele próprio. A fim de averiguar se Tiririca sabia ou não ler e escrever, o TRE-SP realizou nesta quinta-feira um teste com o deputado eleito, no qual ele teve que copiar um trecho de um livro e ler um outro texto. Feito o teste, ficou comprovado: Tiririca de fato sabe ler e escrever.
Vitória de Tiririca é vitória da democracia
A vitória de Tiririca deve ser encarada muito além da vitória de um cidadão que, tendo sido candidato, conquistou expressiva quantidade de votos e conseguiu se eleger parlamentar. Mais que isso: a vitória de Tiririca no Judiciário, passado o teste das urnas, deve ser comemorada por ser uma vitória da democracia contra as vozes do obscurantismo, do preconceito e do conservadorismo. Afinal de contas, boa parte da classe média “intelectualizada e formadora de opinião” condenava a eleição de Tiririca, escondendo sob o argumento de seu suposto “analfabetismo” o verdadeiro motivo: o preconceito por ele ser palhaço, de origem humilde e nordestino.
Para a classe média – sobretudo a paulistana – tornou-se intolerável o fato de ter como parlamentar mais votado de São Paulo um palhaço, que iniciou sua campanha com um bordão crítico que incomodou muita gente: “você sabe o que faz um deputado federal? Nem eu. Vota em mim que depois eu te conto”! Interessante que essas mesmas pessoas que criticavam a eleição de Tiririca se auto-denominavam como defensoras da democracia, esquecendo-se somente de um detalhe: democracia é muito mais do que o direito de votar e ser votado – é também representação.
E, neste sentido, há que se respeitar a representação conquistada por Tiririca de forma legítima, através do voto de 1,3 milhão de eleitores que se sentiram representados por sua fala. Voto de protesto ou não, o fato é que os eleitores de Tiririca o legitimaram para ocupar uma cadeira no Parlamento e isso já é razão mais que suficiente para que o deputado eleito seja diplomado e exerça seu mandato. Pior do que o argumento do suposto analfabetismo de Tiririca – que caiu por terra nesta tarde – é o discurso elitista e preconceituoso de uma parcela da sociedade que tenta, a todo custo, judicializar a política.
É a esse fato que devemos ater nossa atenção: os sistemáticos movimentos de uma parcela da sociedade civil que quer ferir a democracia no seu princípio mais valioso – o de que todo o poder emana do povo e em seu nome é exercido –, substituindo-o pela idéia de que é a Justiça quem decide quem pode ou não ser elegível. Este tipo de discurso elitista é extremamente nocivo à democracia, pois transfere do voto popular para o voto de juízes o destino da Nação. Neste sentido, a vitória de Tiririca nesta quinta-feira vai além de sua vitória pessoal – é uma vitória política do campo progressista, uma vez que ratifica aquilo que mais de um milhão de eleitores decidiu nas urnas.
É ao mesmo tempo uma derrota dessas vozes do conservadorismo e do elitismo, que travestidas sob o manto de um suposto “moralismo” político, desejam na verdade retomar as rédeas do poder. E, já que não o conseguem por vias democráticas, lançam mão de todos os artifícios – e a judicialização da política é um deles – para verem seus desejos satisfeitos. Felizmente, mais uma vez os conservadores de plantão tiveram suas expectativas frustradas. Para o bem da democracia e para o bem do Brasil!
Alvo de denúncias veiculadas em jornais e revistas, Tiririca chegou a ser acusado até mesmo de falsidade ideológica, já que a onda incessante de boatos dava conta que a declaração escrita a próprio punho pelo candidato, que atestava sua alfabetização, não tinha sido, na realidade, escrita por ele próprio. A fim de averiguar se Tiririca sabia ou não ler e escrever, o TRE-SP realizou nesta quinta-feira um teste com o deputado eleito, no qual ele teve que copiar um trecho de um livro e ler um outro texto. Feito o teste, ficou comprovado: Tiririca de fato sabe ler e escrever.
Vitória de Tiririca é vitória da democracia
A vitória de Tiririca deve ser encarada muito além da vitória de um cidadão que, tendo sido candidato, conquistou expressiva quantidade de votos e conseguiu se eleger parlamentar. Mais que isso: a vitória de Tiririca no Judiciário, passado o teste das urnas, deve ser comemorada por ser uma vitória da democracia contra as vozes do obscurantismo, do preconceito e do conservadorismo. Afinal de contas, boa parte da classe média “intelectualizada e formadora de opinião” condenava a eleição de Tiririca, escondendo sob o argumento de seu suposto “analfabetismo” o verdadeiro motivo: o preconceito por ele ser palhaço, de origem humilde e nordestino.
Para a classe média – sobretudo a paulistana – tornou-se intolerável o fato de ter como parlamentar mais votado de São Paulo um palhaço, que iniciou sua campanha com um bordão crítico que incomodou muita gente: “você sabe o que faz um deputado federal? Nem eu. Vota em mim que depois eu te conto”! Interessante que essas mesmas pessoas que criticavam a eleição de Tiririca se auto-denominavam como defensoras da democracia, esquecendo-se somente de um detalhe: democracia é muito mais do que o direito de votar e ser votado – é também representação.
E, neste sentido, há que se respeitar a representação conquistada por Tiririca de forma legítima, através do voto de 1,3 milhão de eleitores que se sentiram representados por sua fala. Voto de protesto ou não, o fato é que os eleitores de Tiririca o legitimaram para ocupar uma cadeira no Parlamento e isso já é razão mais que suficiente para que o deputado eleito seja diplomado e exerça seu mandato. Pior do que o argumento do suposto analfabetismo de Tiririca – que caiu por terra nesta tarde – é o discurso elitista e preconceituoso de uma parcela da sociedade que tenta, a todo custo, judicializar a política.
É a esse fato que devemos ater nossa atenção: os sistemáticos movimentos de uma parcela da sociedade civil que quer ferir a democracia no seu princípio mais valioso – o de que todo o poder emana do povo e em seu nome é exercido –, substituindo-o pela idéia de que é a Justiça quem decide quem pode ou não ser elegível. Este tipo de discurso elitista é extremamente nocivo à democracia, pois transfere do voto popular para o voto de juízes o destino da Nação. Neste sentido, a vitória de Tiririca nesta quinta-feira vai além de sua vitória pessoal – é uma vitória política do campo progressista, uma vez que ratifica aquilo que mais de um milhão de eleitores decidiu nas urnas.
É ao mesmo tempo uma derrota dessas vozes do conservadorismo e do elitismo, que travestidas sob o manto de um suposto “moralismo” político, desejam na verdade retomar as rédeas do poder. E, já que não o conseguem por vias democráticas, lançam mão de todos os artifícios – e a judicialização da política é um deles – para verem seus desejos satisfeitos. Felizmente, mais uma vez os conservadores de plantão tiveram suas expectativas frustradas. Para o bem da democracia e para o bem do Brasil!
Fosse o Tiririca da coligação de Oposição, ou seja, se ele levasse consigo outros deputados do PSDB-DEM-PPS, o PiG estaria glamourizando-o.
ResponderExcluirAliás, o que foi a candidatura Marina (PV) senão um Tiririca da classe média? Um "voto de protesto" (irresponsável), porém mais luxuoso.