Nem o mais ferrenho opositor tem como negar os avanços sociais registrados no Brasil ao longo do governo Lula. A execução de políticas sociais de transferência de renda e também de políticas emancipatórias permitiram uma redução das desigualdades sociais no país, sem, contudo, que as classes mais altas perdessem seu poder de compra. Ou seja, a redução da desigualdade não ocorreu pelo fato da classe média ter ficado “mais pobre”, mas sim pelo fato dos mais pobres terem ascendido à classe média.
Entre 2003 e 2008, o índice de Gini, que mede o grau de desigualdade social em um país, passou de 0,581 para 0,544. Note-se que quanto maior este coeficiente, maior é a dimensão da desigualdade. Ou seja, o recuo do índice de Gini mostra claramente que houve uma redução da desigualdade social, que pode ser explicada, além das políticas de transferência de renda, pela política de valorização do salário mínimo implementada pelo governo Lula no período.
Para se ter uma idéia, entre janeiro de 2003 e fevereiro de 2010, o salário mínimo nominal teve uma valorização de 155%. Quando descontamos a inflação medida pelo INPC, temos o salário mínimo real, que teve valorização no mesmo período de 74%.Vale lembrar que o salário mínimo é referência para o piso de remuneração de todos os trabalhadores, aposentados e beneficiários da Previdência.
Pobreza diminui e classe média avança
Com a política social desenvolvida pelo governo Lula, nada menos que 24 milhões de brasileiros deixaram de viver em situação de pobreza (renda per capita familiar de até meio salário mínimo). De acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar), o percentual da população pobre caiu de 42,7% em 2003 para 28,8% em 2008. Em termos absolutos, no início do governo Lula eram 77,8 milhões de brasileiros em situação de pobreza, enquanto em 2008 eram 53,7 milhões.
A diminuição da pobreza teve como impacto direto o crescimento da Classe C, que hoje representa maioria da população brasileira, com sua participação tendo passado de 43% em 2003 para 53,6% em 2009, segundo dados da FGV. Mesmo com a crise internacional, os estratos de maior renda não perderam participação: as classes A e B representavam, em 2003, 10,7% da população brasileira. Em 2009, a participação desse segmento era de 15,6%.
Nota-se claramente que a sociedade brasileira como um todo registrou uma substancial melhora durante o governo Lula. Não somente reduziu-se a pobreza como também ampliou-se a participação tanto da classe média quanto das classes mais altas. Pode-se dizer que houve uma ascensão social generalizada no país, beneficiada pelos programas sociais do governo Lula e também pelo crescimento do emprego formal no período.
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