Segundo a Psicanálise, é comum que as pessoas busquem umas nas outras defeitos que enxergam em si mesmas, procurando assim uma forma de não se sentirem inferiores ao resto do mundo. Pois bem, deve ser essa a razão que explique o comportamento do Estadão, que tem procurado sistematicamente, nos últimos dias, encontrar “crises” no processo de composição do novo governo. Tendo sido derrotado nas urnas, já que apoiou o candidato tucano José Serra, o jornal O Estado de São Paulo tem empreendido um esforço hercúleo para tentar desqualificar os trabalhos do governo de transição e da formação da equipe ministerial da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT).
Em um editorial publicado nesta sexta-feira, 12, intitulado “Apetites imoderados”, o jornal insinua uma crise entre PT e PMDB, em torno dos cargos de primeiro escalão, que simplesmente não existe. Segundo o texto, “diante da mesa farta, o que [PT e PMDB] enxergam é a escassez das cadeiras em comparação com o que consideram seus direitos adquiridos nas urnas. Já se estimou que, para acomodar as pretensões petistas, peemedebistas e dos demais sócios da coalizão vencedora, o total de Ministérios deveria aumentar dos atuais 37 para qualquer coisa perto de 50”.
Disputa faz parte do jogo político
A idéia vendida pelo Estadão, em seu editorial, e comungada também por outros setores da grande imprensa, só pode ser explicada por duas razões: total ignorância ou desonestidade intelectual quanto aos procedimentos nos quais está circunscrito o jogo político. Dilma foi eleita não somente pelo PT, partido ao qual pertence, mas também por uma coalizão de partidos que, agora, passadas as eleições, disputam legitimamente seus espaços no novo governo. Que mal há nisso? A disputa de interesses e espaços é o que move a política.
Qualquer tentativa de encarar o jogo político como algo celestial ou puritano é totalmente equivocada! Não se faz política sem a disputa de idéias, posições e também de espaços. Cada grupo procura, neste sentido, construir a sua hegemonia e ampliar sua presença política. Ou será que o Estadão esperava que Dilma anunciasse ditatorialmente quais cargos daria para determinado partido sem que houvesse uma contraposição deste e também dos demais? Se essa era a expectativa do jornal, recomenda-se um curso urgente de ciência política em suas redações!
Assim como o editorial do Estadão, outros jornais, como a Folha de São Paulo, têm tentado recorrentemente tratar a disputa de espaços entre os partidos no novo governo como uma “crise”. Ora, existe uma diferença muito grande entre disputa e crise. Como dito anteriormente, a disputa está no centro da política. É a disputa que gera o debate, o entendimento e, posteriormente, o consenso. O fato de PT, PMDB e demais partidos que compuseram a coligação vitoriosa de Dilma pleitearem maiores espaços junto ao novo governo não significa dizer que existe uma crise instaurada. Muito pelo contrário, a crise existiria se não houvesse essa disputa.
Afinal de contas, a ausência de disputa poderia sugerir duas coisas: que um pequeno grupo estaria centralizando todas as decisões sem que houvesse discussão prévia com os demais partidos que ajudaram a eleger Dilma ou então que esses partidos estariam desinteressados em compor o novo governo. O que este texto pretende sublinhar é que os movimentos feitos por PT e PMDB, os dois maiores partidos da base governista, são totalmente legítimos e característicos do jogo democrático, não se tratando de um “apetite imoderado” por cargos, como insinua o Estadão.
Aliás, é bom que se diga que é o jornal quem parece possuir um “apetite imoderado” pela crítica ao governo Dilma sem sequer tomar o cuidado de apresentar uma fundamentação consistente. A fome do Estadão pela crítica descabida à nova Presidente é tanta que o jornal lança mão, em seus editoriais, dos argumentos mais estapafúrdios. Uma coisa é certa: “nunca antes na História desse país”, setores da grande imprensa basearam-se em argumentos tão desqualificados para tentar atacar um governo!
Em um editorial publicado nesta sexta-feira, 12, intitulado “Apetites imoderados”, o jornal insinua uma crise entre PT e PMDB, em torno dos cargos de primeiro escalão, que simplesmente não existe. Segundo o texto, “diante da mesa farta, o que [PT e PMDB] enxergam é a escassez das cadeiras em comparação com o que consideram seus direitos adquiridos nas urnas. Já se estimou que, para acomodar as pretensões petistas, peemedebistas e dos demais sócios da coalizão vencedora, o total de Ministérios deveria aumentar dos atuais 37 para qualquer coisa perto de 50”.
Disputa faz parte do jogo político
A idéia vendida pelo Estadão, em seu editorial, e comungada também por outros setores da grande imprensa, só pode ser explicada por duas razões: total ignorância ou desonestidade intelectual quanto aos procedimentos nos quais está circunscrito o jogo político. Dilma foi eleita não somente pelo PT, partido ao qual pertence, mas também por uma coalizão de partidos que, agora, passadas as eleições, disputam legitimamente seus espaços no novo governo. Que mal há nisso? A disputa de interesses e espaços é o que move a política.
Qualquer tentativa de encarar o jogo político como algo celestial ou puritano é totalmente equivocada! Não se faz política sem a disputa de idéias, posições e também de espaços. Cada grupo procura, neste sentido, construir a sua hegemonia e ampliar sua presença política. Ou será que o Estadão esperava que Dilma anunciasse ditatorialmente quais cargos daria para determinado partido sem que houvesse uma contraposição deste e também dos demais? Se essa era a expectativa do jornal, recomenda-se um curso urgente de ciência política em suas redações!
Assim como o editorial do Estadão, outros jornais, como a Folha de São Paulo, têm tentado recorrentemente tratar a disputa de espaços entre os partidos no novo governo como uma “crise”. Ora, existe uma diferença muito grande entre disputa e crise. Como dito anteriormente, a disputa está no centro da política. É a disputa que gera o debate, o entendimento e, posteriormente, o consenso. O fato de PT, PMDB e demais partidos que compuseram a coligação vitoriosa de Dilma pleitearem maiores espaços junto ao novo governo não significa dizer que existe uma crise instaurada. Muito pelo contrário, a crise existiria se não houvesse essa disputa.
Afinal de contas, a ausência de disputa poderia sugerir duas coisas: que um pequeno grupo estaria centralizando todas as decisões sem que houvesse discussão prévia com os demais partidos que ajudaram a eleger Dilma ou então que esses partidos estariam desinteressados em compor o novo governo. O que este texto pretende sublinhar é que os movimentos feitos por PT e PMDB, os dois maiores partidos da base governista, são totalmente legítimos e característicos do jogo democrático, não se tratando de um “apetite imoderado” por cargos, como insinua o Estadão.
Aliás, é bom que se diga que é o jornal quem parece possuir um “apetite imoderado” pela crítica ao governo Dilma sem sequer tomar o cuidado de apresentar uma fundamentação consistente. A fome do Estadão pela crítica descabida à nova Presidente é tanta que o jornal lança mão, em seus editoriais, dos argumentos mais estapafúrdios. Uma coisa é certa: “nunca antes na História desse país”, setores da grande imprensa basearam-se em argumentos tão desqualificados para tentar atacar um governo!
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