Apesar do lançamento oficial da pré-candidatura de José Serra (PSDB) estar programado para ocorrer apenas depois da Semana Santa, em entrevista ao jornalista da Band, José Luiz Datena, na última sexta-feira (19), o governador de SP já admitiu que será candidato. Abaixo um artigo do jornalista Clóvis Rossi, da Folha de São Paulo, analisando uma fala específica de Serra durante a entrevista e que por si só revela muita coisa.
O artigo encontra-se na edição impressa da Folha deste domingo (21 de março):
"Serra aponta seu problema na eleição
Ao assumir sua candidatura à Presidência com aquele jeito José Serra de ser, o governador paulista disse o seguinte:
"O Lula fez dois mandatos, está terminando bem o governo. O que nós queremos para o Brasil? Que continue bem e até melhore".
Em três frases, Serra conseguiu, ao mesmo tempo, ser honesto na avaliação do governo do adversário, ser também óbvio e, por fim, definiu a imensa dificuldade que terá para vencer a disputa.
De fato, é muito difícil encontrar quem ache que Lula está terminando mal o governo.
Mas uma das principais características do mundo político é a oposição negar-se sempre a reconhecer os fatos quando os fatos são favoráveis ao governo. Serra não caiu nessa tentação.
O problema é o item seguinte, a torcida para que o Brasil "continue bem e até melhore". É o óbvio.
Salvo um ou outro tarado, não há nunca quem não queira que o país melhore. O problema para Serra será provar que ele é a pessoa indicada para fazer o Brasil melhorar.
Imagino que a massa de eleitores se fará a seguinte pergunta: se está bem com Lula, como admite até o candidato a candidato da oposição, para que mudar?
A resposta de Serra será (ou foi) esta: "Pesam as ideias, as propostas e o passado, o que cada um fez, como foi provado na vida pública".
Pode até ser que tais fatores pesem. Mas pouco. Vamos ser sinceros: ideias e propostas servem para debate entre especialistas.
A massa é guiada pela emoção e/ou pelo sentimento pessoal de cada qual. E o sentimento predominante, repito, é o tal ‘feel good factor’, o sentir-se bem que predomina na população/eleitorado.
Passado conta? Talvez. Mas pode contar contra também. Afinal, todas as pesquisas mostram que a maioria do eleitorado está hoje mais contente do que quando Serra fazia parte do governo".
O artigo encontra-se na edição impressa da Folha deste domingo (21 de março):
"Serra aponta seu problema na eleição
Ao assumir sua candidatura à Presidência com aquele jeito José Serra de ser, o governador paulista disse o seguinte:
"O Lula fez dois mandatos, está terminando bem o governo. O que nós queremos para o Brasil? Que continue bem e até melhore".
Em três frases, Serra conseguiu, ao mesmo tempo, ser honesto na avaliação do governo do adversário, ser também óbvio e, por fim, definiu a imensa dificuldade que terá para vencer a disputa.
De fato, é muito difícil encontrar quem ache que Lula está terminando mal o governo.
Mas uma das principais características do mundo político é a oposição negar-se sempre a reconhecer os fatos quando os fatos são favoráveis ao governo. Serra não caiu nessa tentação.
O problema é o item seguinte, a torcida para que o Brasil "continue bem e até melhore". É o óbvio.
Salvo um ou outro tarado, não há nunca quem não queira que o país melhore. O problema para Serra será provar que ele é a pessoa indicada para fazer o Brasil melhorar.
Imagino que a massa de eleitores se fará a seguinte pergunta: se está bem com Lula, como admite até o candidato a candidato da oposição, para que mudar?
A resposta de Serra será (ou foi) esta: "Pesam as ideias, as propostas e o passado, o que cada um fez, como foi provado na vida pública".
Pode até ser que tais fatores pesem. Mas pouco. Vamos ser sinceros: ideias e propostas servem para debate entre especialistas.
A massa é guiada pela emoção e/ou pelo sentimento pessoal de cada qual. E o sentimento predominante, repito, é o tal ‘feel good factor’, o sentir-se bem que predomina na população/eleitorado.
Passado conta? Talvez. Mas pode contar contra também. Afinal, todas as pesquisas mostram que a maioria do eleitorado está hoje mais contente do que quando Serra fazia parte do governo".
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