
Em tom emocionado, Dilma iniciou sua fala agradecendo o apoio que recebeu da militância ao longo de toda campanha. “Andei o país de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Quando a gente é candidata e está sob pressão, isso é um verdadeiro abraço de mãe. Quando você desce do aeroporto, vê a camiseta [do PT]... Isso me comove”, declarou a Presidente eleita contendo o choro. Nesse mesmo tom, Dilma ainda destacou: “eu vi o PT vivo e atuante de Norte a Sul, Leste a Oeste. É para esse partido que eu apresento o meu reconhecimento, a minha gratidão e a certeza que eu dependo desse partido para bem governar o País. Dependo do esforço e da solidariedade de vocês, e da maturidade política para compreender os diversos desafios políticos”.
A Presidente eleita também aproveitou para destacar que o momento exige “maturidade política” do PT em relação aos aliados e à composição do novo governo. Neste sentido, Dilma declarou: “vou enfatizar a importância das alianças políticas, algo que fizemos de forma madura, com capacidade de conviver com a diferença, de entender que é possível ter posicionamentos diferenciados sobre algumas questões e construir o consenso político que vai mudar o nosso País. O PT foi aprendendo e teve maturidade para entender que o país era complexo, que tinha que se coligar, fazer aliança. Numa democracia, é assim que se deve governar”.
Dando sequência ao seu discurso, a Presidente eleita afirmou: “eu dependo da maturidade política para entender os complexos desafios do poder. Hoje somos mais experientes sobre as relações partido e governo, governo e movimentos sociais. Temos características diferentes. Cada um tem o seu papel. Mas isso não quer dizer que nós não temos um mesmo compromisso com o pais”. A exortação dada por Dilma vem após algumas queixas de lideranças petistas sobre o espaço que o partido terá no governo. Por isso, a Presidente eleita aproveitou a ocasião para pedir “unidade política” do PT.
Unidade e herança bendita
Dilma também voltou a reforçar que, passado o calor do confronto eleitoral, agora lhe cabe governar para todos, independentemente de coloração partidária: “a partir do momento em que ganhamos, vamos governar para aqueles que nos apoiaram e não nos apoiaram. O clima é de união e de compreensão, e o PT dará um exemplo de maturidade para a História nos próximos anos”, declarou a petista repetindo a linha adotada já no seu primeiro discurso como Presidente eleita, na noite do dia 31 de outubro.
Ao falar sobre a responsabilidade do seu governo, Dilma voltou a destacar a “herança bendita” que recebe do Presidente Lula, referindo-se às conquistas sociais desses últimos oito anos: “minha vantagem, quando olho para 2002, é que temos uma herança bendita. Essa herança nos coloca um desafio: nossas conquistas não podem se repetir, sob pena de não honrarmos o que construímos. Isso nos coloca a imposição de ir em frente, de aprofundar o que conquistamos. Esse projeto começou com Lula e teve toda uma experiência pessoal dele como líder sindical”.
Encerrando o seu discurso, Dilma destacou os desafios que virão pela frente e salientou o papel das mulheres: “nós temos uma herança e a trajetória de que é preciso não desistir. Nós estamos iniciando uma nova etapa e outras etapas ainda virão. Nós, mulheres, chegamos aqui. Eu acho que eu represento a luta de cada uma das militantes aqui presentes. Todas nós representamos milhões de mulheres brasileiras que progressivamente colocarão sua cara, brigando por um Brasil melhor”.
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