quinta-feira, 6 de maio de 2010

Petiscos do dia - 6 de maio



Dilma avalia desafios centrais do país em entrevista: a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, concedeu na quarta-feira, 5, uma entrevista à Agência Reuters, destacando os principais desafios do Brasil em diversos pontos. Abaixo, os principais pontos da entrevista:

NOVO MINISTÉRIO
"O Brasil vai ter uma oportunidade única no empreendedorismo, na quantidade de brasileiros e brasileiras que vão ter suas empresas pequenas e médias. Se tem um único ministério que eu acredito que é importante, era um ministério para os pequenos e médios empresários industriais e de serviços."

"Penso seriamente, mas não vou falar em criação de ministério (agora)."

REFORMA TRIBUTÁRIA
"Acho que tem que acabar com a cascata de impostos, tem de simplificar, tem de equacionar essa questão seriíssima do ICMS, que no Brasil provoca distorções incríveis. Muitas vezes a empresa fica com créditos de ICMS que ela não tem como compensar."

SUPERÁVIT PRIMÁRIO
"Concordo em gênero, número e grau em manter o superávit em 3,3 por cento. É porque a gente tem que reduzir a relação dívida/PIB para poder reduzir o superávit primário. O inverso é errado, o inverso é aventureiro."

"A estabilidade está justamente no fato de que você só pode reduzir o superávit primário, e portanto ter uma política de confluência do juro interno com o juro internacional, se a gente reduzir a relação dívida/PIB."

REFORMA ADMINISTRATIVA
"Acho que temos que sair da fase do ajuste fiscal e entrar na fase da reforma administrativa do Estado, porque não é ajuste fiscal que dá jeito na máquina pública brasileira. É uma grande reforma que faça com que se tenha meritocracia... e profissionalismo."

EXPORTAÇÕES
"Vamos ter de ter uma política clara de incentivo à exportação... temos que incentivar quem exportar valor agregado. Ao Brasil interessa exportar valor agregado."

SELIC
"Achei prudente da parte do Banco Central fazer isso (elevar a taxa para 9,50 por cento ao ano) . Mais do que prudente. Demos outro sinal ao mercado. Mostramos para o mercado que a gente não faz manipulação da realidade para ganhar eleição."

FREIOS DA ECONOMIA
Ao contrário de avaliações do mercado, negou que a economia doméstica esteja "superaquecida". A expectativa de crescimento do PIB ronda hoje a casa dos 6 por cento. Segundo ela, o crescimento é sustentado porque o avanço da economia se dá por meio da alta dos investimentos.

"A utilização dessa palavra superaquecida leva imediatamente a alguém pensar `vamos botar um freio nisso'. Não está correto botar um freio quando temos condição de mudar porque estamos crescendo sustentadamente."

"Temos que ter uma posição firme nos organismos multilaterais, como a OMC. Temos que combater os subsídios indevidos, as barreiras comerciais, que são completamente impróprias e ocorrem em todos os países, e a manipulação cambial alheia, que coloca nas costas de alguns países um preço que não é nosso, que é do processo de reconstrução desses países."

MERCOSUL
"Acho também que vamos ter de ter políticas bilaterais. Por isso, quero destacar a importância do Mercosul. Uma potência regional, como é o Brasil, não pode estar cercada de pobreza por todos os lados."

CONTRATOS
"Tenho um histórico de provas de que respeitei contratos, alguns contratos extremamente desagradáveis. Se você não respeita contratos, faz uma devastação no país. Um país não pode querer ser líder se não respeitar os contratos dos governos que o antecederam. Não é sério um país que não respeita contrato."

Finantial Times destaca importância do PAC: o periódico britânico Finantial Times publicou nesta quinta-feira, 6, um caderno especial trazendo inúmeras reportagens sobre os desafios do Brasil na área de infra-estrutura. De uma maneira geral, o FT destacou que o país precisa superar ainda alguns gargalos, motivados por um certo excesso de burocracia, mas que de uma maneira geral, o governo Lula tem tomado as medidas adequadas e tem tido êxito na tarefa de desenvolver o cenário propício a novos investimentos.

Segundo a matéria, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, desenvolvido pelo governo Lula, apesar de não ter concluído todas as suas obras, “sublinhou a importância das despesas de infra-estrutura para o desenvolvimento”. Neste sentido, foi destacado também que a nova regulamentação do setor elétrico – promovida por Lula em 2004 – “promete garantir a segurança energética, que estava em risco há alguns anos”.

Para o FT, “o Brasil iniciou um período de rápido crescimento, interrompido apenas brevemente no ano passado pela crise financeira global”. Para corroborar essa afirmação, o jornal compara as taxas médias de crescimento econômico do governo Lula com as do governo FHC: “a média de crescimento 2004-2008 foi de 4,8% ao ano e deve ser de 6% este ano. Na década encerrada em 2003 foi de apenas 2,5%”.

Dilma, Serra e Marina têm primeiro debate em Minas: os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) tiveram na tarde desta quinta-feira o seu primeiro debate do processo eleitoral. O encontro ocorreu durante o 27º Congresso Mineiro de Municípios, em Belo Horizonte. Dilma destacou os avanços conquistados no governo Lula, voltando a compara-los com o período de estagnação e desemprego do governo FHC.

“O Brasil tem duas palavras que estão na ordem do dia: transformação e esperança”, declarou a petista. Sobre a questão dos royalties do petróleo, Dilma destacou: “É um absurdo o que se cobra, é uma questão de dívida com a nação. Eu considero que uma das coisas mais estratégicas que tem é a parceria e eu a aprendi fazendo, aprendi que todo mundo ganha, ganha o Estado, ganha o município e a União”.

A pré-candidata também destacou a importância da Reforma Tributária para a agenda de desenvolvimento do país: “Nós saímos de um momento de estagnação, desigualdade e desemprego [na década de 1990]. Estamos em uma nova era de prosperidade. Fazer a reforma tributária é garantir que o país seja mais competitivo. É garantir mais transparência para todos”.

Sobre a redução do IPI e a crise de 2009, Dilma disparou: “foi um processo negociado. Pela primeira vez o governo era parte da solução e não do problema. Antes havia crise e o governo quebrava. Não fizemos o impossível, mas o nosso possível é a recuperação econômica, 14 milhões de empregos e crescimento a taxas como nunca antes. Cada um de nós deu a sua parcela. Todos perderam arrecadação, mas fomos o primeiro país a sair da crise”.

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