segunda-feira, 17 de maio de 2010

Petiscos do dia - 17 de maio



Para Dilma, acabar com miséria extrema é prioridade: a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, concedeu na manhã desta segunda-feira, 17, uma entrevista à Rádio CBN, onde falou a jornalistas sobre política externa, o Irã, funcionalismo público e prioridades para o país. Seguem alguns trechos da entrevista, retirados do site “Dilma na Web”:

Irã
A primeira pergunta, do apresentador Heródoto Barbeiro, foi sobre o acordo firmado pelo Irã, que promete usar urânio para fins pacíficos e não para armas nucleares. Dilma disse que “o primeiro sinal foi dado”, se referindo ao muito do que tem de ser feito ainda. “É uma vitória da diplomacia brasileira e da política externa do presidente Lula, que sempre foi pró paz, uma política que tenta construir um mundo melhor”. Dilma destacou também a importância do diálogo: “É principalmente uma política onde o diálogo venceu sobre todas as tentativas iniciais sobre restrições, de multas ou de penalidades ou de sanções”.

Agências reguladoras
Sobre as agências reguladoras como as de energia (Aneel) e de telefonia (Anatel), Dilma Rousseff defendeu concursos públicos e ampliação da experiência administrativa. Também citou que é “importantíssimo ter quadros mais experientes".
"Acho que agência reguladora no Brasil é fundamental. Principalmente porque o Estado tem que agir onde há grande concentração [em poucas empresas]”, disse Dilma sobre pergunta da jornalista Lúcia Hipólito.

Dilma defendeu ainda a importância dos serviços de regulação e disse que o sistema vem melhorando. “As agências impedem cartéis, monopólios. As agências foram amadurecendo, com capacidade de gestão de características técnicas”. A pré-candidata defendeu também uma “reforma no estado”. “O Estado tem que ser mais eficiente”, disse, defendendo a contratação de mais engenheiros e quadros técnicos.

Concursos públicos
Dilma Rousseff afirmou que será necessária a continuidade da realização de concursos públicos. “Não é que precisamos aumentar o Estado, o Estado tem que ser mais eficiente. Precisamos construir um Estado meritocrático, profissional, decente”, explicou. Outra defesa foi para os funcionários públicos. “Tem que ser premiado o funcionário que cumprir metas. No quadro do serviço público, a gente não pode de maneira alguma supor que você prestará um serviço de qualidade se você não der incentivo”.

Previdência social
Dilma Rousseff disse que é preciso ter mudanças sistemáticas, mas sem reformas grandes como as realizadas no passado. “Acredito que reforma na previdência apresenta algumas armadilhas, como aconteceu em alguns países onde houve uma corrida para aposentadoria [precoce]. Defendo que a gente ajuste a previdência sistematicamente. Vai ter que mudar as regras, vai ter que negociar essas mudanças de regras”. Segundo ela, deve haver uma maior conversa com os aposentados. “É sempre necessário procurar uma solução clara”, disse defendendo debates com os aposentados.

Educação
Dilma Rousseff afirmou que só há uma maneira de o Brasil ter educação de qualidade: tendo professores de qualidade. “Tem duas coisas que tem de ser feitas para uma educação de qualidade: aumentar o salário dos professores e dar formação continuada.”

Acabar com a miséria extrema
Ao ser perguntada se é de esquerda, Dilma afirmou fazer parte de uma tradição desse pensamento que tem a preocupação com a erradicação da miséria. “Faço parte de um caudal de esquerda. Eu sou sobretudo a candidata de um projeto que mudou a realidade do país”, disse. “Nessa década que se avizinha, nós podemos erradicar a miséria no Brasil. Isso é talvez a coisa mais importante para se fazer hoje no Brasil”, disse, acrescentando que “ser de esquerda” é pensar pelos mais pobres. "Nós crescemos distribuindo renda. Tiramos da miséria 24 milhões de brasileiros e elevamos as classes médias em 31 milhões de pessoas.”

Brasil tem novo recorde de empregos em abril: o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou nesta segunda-feira que foram gerados 305 mil novos postos de trabalho formais no país em abril, um recorde para o mês. Este é também o segundo maior resultado desde o início da série histórica, em 1992, ficando atrás apenas do desempenho registrado em junho de 2008, quando foram criados 309 mil vagas de trabalho com carteira assinada.

No acumulado do ano, o saldo de empregos da economia brasileira já é de 962,3 mil novas vagas formais. A projeção do Ministério do Trabalho é de que sejam gerados 2,5 milhões de novos empregos com carteira assinada neste ano, fazendo de 2010, dessa maneira, o ano com melhor desempenho de geração de empregos. Até que se confirme essa marca, o ano com melhor desempenho para a geração de empregos foi 2007, com 1,6 milhão de novos postos formais de trabalho.

Os empregos com carteira assinada apresentaram crescimento em 13 dos 25 subsetores da economia brasileira. O destaque novamente ficou com a construção civil, que teve o quarto recorde seguido de geração, com 38.951 novas vagas. A indústria de transformação, por sua vez, gerou 83.059 vagas formais em abril. Este é o segundo maior número para o mês e resultado de expansão em sete dos 12 ramos. O setor têxtil apresentou a maior contribuição para os empregos na indústria, com 10.092 vagas.

CNI aumenta projeção de crescimento do PIB: o noticiário econômico também foi marcado, nesta segunda-feira, pela divulgação do Informe Conjuntural da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que revisou a perspectiva da instituição para o crescimento do PIB brasileiro em 2010. Neste sentido, segundo o relatório, o país deve crescer 6% neste ano, 0,5 ponto percentual acima da projeção anterior, que era de um crescimento da ordem de 5,5%.

De acordo com os analistas das CNI, o crescimento econômico do Brasil em 2010 deverá ser puxado especialmente pelo PIB industrial, que deve crescer 8% de acordo com as projeções da instituição, acima da perspectiva de 7% apontada no final do ano passado. Essa forte elevação deverá decorrer, sobretudo, de um crescimento projetado de 12% da produção industrial e de 18% dos investimentos. O consumo das famílias também deve registrar expansão de 6,2%, de acordo com o relatório da CNI.

Ainda segundo o documento, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve fechar 2010 em 5,4%, acima da projeção anterior, de 4,7%. Vale destacar que a meta do governo para o índice fica entre 2,5% e 6,5%. "O aumento dos preços será provocado especialmente por reajustes em alimentos, bebidas e serviços. Com isso, os juros devem chegar ao final de 2010 em 11% ao ano, ante os 8,75% de dezembro de 2009", diz o documento.

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