sexta-feira, 26 de março de 2010

Alemanha e França assinam acordo de ajuda financeira à Grécia

Foto: Yves Herman/Reuters

Após vários dias de negociações, França e Alemanha chegaram a um acordo na quinta-feira, 25, para ajuda financeira à Grécia, pais que vem passando por inúmeras dificuldades advindas, sobretudo, da crise financeira do ano passado. O acordo celebrado entre a Chanceler alemã, Ângela Merkel, e o Presidente francês, Nilolas Sarkozy, prevê uma intervenção do FMI (Fundo Monetário Internacional) e empréstimos bilaterais de países da Zona do Euro.

De acordo com o jornal francês Le Monde, o acordo franco-alemão não especificou o aporte que caberá à Zona do Euro e o que caberá ao FMI. Especula-se, contudo, que os países da Zona do Euro custeariam aproximadamente dois terços do plano de ajuda, ficando o terço restante a cargo do FMI. Apesar de não terem sido divulgadas cifras, estima-se que o plano de ajuda chegue a 30 bilhões de euros.

FMI fará primeiro aporte de recursos para Grécia
A primeira intervenção deve ser feita pelo FMI, que já possui recursos financeiros para isso. Após esse aporte inicial do Fundo, os países da Zona do Euro, mediante inúmeras condições impostas pelo Conselho Europeu e pelo Banco Central Europeu (BCE), concederiam os empréstimos bilaterais. Esse “cronograma” de aportes foi uma das condições impostas pela chanceler Merkel para assinar o acordo com a França.

Vale destacar que desde que foi criada a Zona do Euro, em 1999, essa é a primeira vez que o FMI intervém na região. O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, declarou que está satisfeito com o acordo, destacando, contudo, que os países membros da Zona do Euro devem tomar cuidado para não deixarem de lado suas responsabilidades, apoiando-se no fato da presença do FMI na região.

Interesses da Alemanha e França
De qualquer forma, é importante destacar que o plano de ajuda franco-alemão assinado na quinta-feira é crucial não somente para a Grécia, mas também para a própria Alemanha e França, Isto porque, de acordo com informações do jornal espanhol El País, a Grécia possui hoje no mercado 300 bilhões de euros em títulos públicos. Deste total, 59 bilhões estão em mãos de bancos franceses (quase 20% do total de bônus).

Cerca de 30 bilhões em títulos públicos gregos encontram-se, por sua vez, nas mãos de bancos alemães, podendo essa quantia chegar a 43 bilhões de euros se forem acrescentados à conta outros tipos de instrumentos financeiros. Percebe-se, dessa maneira, que o custo total do plano, estimado em 30 bilhões de euros, vai sair relativamente barato à Alemanha e França, pois caso a Grécia “quebrasse”, esses dois países seriam amplamente prejudicados.

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