quarta-feira, 24 de março de 2010

Eleições 2010: oposição deve perder cadeiras no Senado, projeta Diap



Além do cenário nada favorável na disputa presidencial deste ano, PSDB e DEM podem amargar derrotas também na disputa pelas vagas do Senado. Essa é a análise do diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz. A Casa, composta por 81 senadores, renovará, esse ano, 2/3 dos mandatos, o que representa 54 cadeiras.

Segundo os cálculos do diretor do Diap, dessas 54 vagas que estarão na disputa, 14 ou 15 devem ser conseguidas por senadores que tentarão a reeleição, um patamar idêntico àquele registrado em 2002. Na disputa pelas demais vagas, os partidos governistas devem ser os grandes beneficiados, já que a segundo Queiroz, “a oposição é naturalmente prejudicada em uma disputa como essa, pela perda de interlocução que teve com o poder central há oito anos e que só será sentida agora”.

Alianças nos Estados devem ampliar bancada petista
Na avaliação do Diap, o melhor desempenho nas eleições para o Senado este ano deve ficar com o PT. Isto porque o Partido adotou uma tática de não priorizar as eleições estaduais, abrindo mão das candidaturas próprias em favor das candidaturas de partidos aliados, em Estados onde estes têm maior chance de vencer a disputa. Com isso, o PT deve passar de 11 senadores, na atual configuração, para um patamar entre 13 e 15 senadores.

Esse crescimento da bancada petista, segundo Queiroz, deve ocorrer principalmente em estados do Nordeste, como Pernambuco e Ceará, no Paraná e também no Sudeste, especialmente no Rio de Janeiro e Espírito Santo. Já em São Paulo, a disputa tende a ser bastante acirrada, na opinião do diretor do Diap, com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) e Orestes Quércia (PMDB) sendo os favoritos para ocupar as vagas que hoje são de Aloízio Mercadante (que será candidato ao governo do Estado) e Romeu Tuma (PTB).

No caso do PMDB, o Diap acredita que o partido deverá manter-se com o mesmo número de cadeiras no Senado, sem grandes alterações. Isso se deve ao fato do partido renovar 14 das 17 cadeiras que possui atualmente e ter boa parte de sua bancada composta por suplentes.

Situação nada confortável para a oposição
Por outro lado, os tucanos tendem a perder 5 cadeiras no Senado, de acordo com Queiroz, passando das atuais 14 para 9, enquanto o DEM deve registrar queda na sua bancada também, para 9 ou 8 cadeiras. De acordo com as projeções do Diap, os senadores da oposição que se encontram em situação mais animadora são Heráclito Fortes (DEM-PI), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Caso o atual governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), seja de fato candidato ao Senado, o Diap avalia que ele deverá ter uma votação bem elevada, mas que pode ser impactada se a candidatura do atual vice-presidente José Alencar (PRB) se confirmar para o Senado. Pelo visto, a eleição presidencial não deve ser o único motivo de preocupação para a oposição, já que as expectativas do Diap são bem realistas e apontam para um recuo da bancada oposicionista também no Senado.

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