domingo, 21 de março de 2010

Lula-lá na ONU?

O que diferencia um presidente de um estadista? Se recorrermos ao Dicionário Aurélio, veremos que estadista é definido como “pessoa que revela grande tirocínio, grande habilidade e discernimento no que diz respeito às questões políticas, à administração do Estado; homem de Estado”. Politicamente falando, podemos dizer que ser um estadista é algo muito além de ser um presidente.

Isto porque um estadista é detentor de uma capacidade de liderança que não fica restrita ao seu país ou nação: ela transborda as fronteiras nacionais e acaba influenciando inclusive na política mundial. E note-se que essa influência não se dá pelo peso político do país, mas sim pela habilidade política do seu líder. Feitas essas considerações, podemos afirmar com a mais absoluta segurança que o presidente Lula é um grande estadista.

A prova cabal disso é que a comunidade internacional cada dia mais reconhece o importante papel desempenhado pelo presidente Lula no que diz respeito à inserção do Brasil no cenário político e econômico internacional. Tamanho é o reconhecimento de Lula que, segundo reportagem do periódico britânico The Times, especula-se que o presidente brasileiro pode ser o sucessor do sul coreano Ban Ki Moon na Secretaria Geral da ONU.

Capacidade de diálogo com as mais diferentes forças
De acordo com o artigo, publicado no último sábado (20), diversos diplomatas declararam que Lula é um grande candidato a ocupar o “posto mais alto do mundo diplomático” quando Ban Ki Moon deixar o cargo, no final de 2011. A idéia, segundo consta na reportagem, teria sido defendida inclusive pelo próprio presidente da França, Nicolas Sarkozy, em reunião do G20 em Pittsburgh, em setembro do ano passado.

Especulação ou não, o fato é que Lula reúne qualidades que o credenciam a assumir tal missão. Talvez a maior dessas qualidades seja a habilidade de diálogo demonstrada pelo presidente, que consegue colocar em uma mesma mesa partes que até então não tinham estabelecido sequer conversações, ampliando, assim, a possibilidade de acordos. Isso ficou claro semana passada, durante a visita do presidente Lula ao Oriente Médio.

Que outro líder, em pleno Parlamento israelense, discursa sem demagogias e defende, abertamente, a criação de um Estado Palestino e sua coexistência com Israel, arrancando elogios tanto de israelenses quanto de palestinos? E a empreitada à qual Lula propõe lançar-se no Oriente Médio, entrando nas negociações de paz na região, não tem a motivação de ego, como muitos gostam de dizer, mas sim da leitura de que é possível ter-se um avanço naquela região no sentido da paz.

Posições que incomodam EUA e Inglaterra
Neste sentido, o The Times diz sobre Lula que “seu carisma, estilo pessoal e capacidade de ser amigo de todos os lados - China e os EUA, Irã e Israel” têm chamado atenção de toda comunidade internacional. Contudo, o jornal britânico destaca que algumas posições tomadas pelo presidente têm incomodado Estados Unidos e Inglaterra, que são países de grande peso dentro da ONU e que poderiam inviabilizar sua nomeação como Secretário-Geral da instituição.

Verdade é que as próprias cogitações em torno do nome de Lula para tão importante cargo já dizem por si só que o presidente do Brasil atende aos pré-requisitos necessários para a tarefa. Se ele será ou não o próximo Secretário-Geral das Nações Unidas, a História nos dirá, mas independentemente da resposta, já sabemos que o mundo reconhece a liderança política do presidente Lula.

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